Conversas em celular provam relação íntima de Cariani com outros investigados por tráfico; veja

Atualizado em 26 de fevereiro de 2024 às 7:48
O influenciador fitness Renato Cariani. Foto: reprodução

O Fantástico do último domingo (25) apresentou informações exclusivas da investigação da Polícia Federal (PF) envolvendo o empresário e influenciador fitness, Renato Cariani. São evidências encontradas na denúncia que o levou a ser réu na última semana, acusado de participação em um esquema de tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro.

Com uma audiência de mais de 7,5 milhões de seguidores em uma rede social, Cariani continua compartilhando conteúdo sobre seu dia a dia, oferecendo dicas sobre alimentação e exercícios físicos. No entanto, mensagens descobertas pela Polícia Federal revelam novos indícios da ligação de Cariani com um esquema de desvio de produtos químicos para o tráfico de drogas. O telefone celular pertence a uma funcionária e amiga do influencer, que também será alvo de investigação.

O aparelho foi apreendido durante uma operação da PF contra Cariani e outras 12 pessoas, como mostrado pelo Fantástico em dezembro do ano passado. De acordo com a denúncia aceita pela Justiça, Renato Cariani e seus comparsas produziram, venderam e forneceram mais de 12 toneladas de produtos químicos destinados à preparação de drogas.

“O grupo empresarial de Renato Cariani – com sede em Diadema, na Grande São Paulo – simulou a venda de insumos químicos para grandes pessoas jurídicas com o objetivo de ocultar o repasse dessas mercadorias para o refino e adulteração de cocaína e crack”, diz o documento da investigação.

Investigação traz novos detalhes da investigação sobre Renato Cariani. — Foto: TV Globo/Reprodução
Investigação traz novos detalhes da investigação sobre Renato Cariani. — Foto: TV Globo/Reprodução

Na ocasião, Cariani apresentou à polícia um e-mail de negociação com um suposto representante da farmacêutica, Augusto Guerra. No entanto, a investigação revelou que essa pessoa não existe, sendo o e-mail criado por Fábio Spíndola. Esse elo entre Renato Cariani e traficantes de drogas é enfatizado pela investigação.

Novas provas

De acordo com mensagens encontradas no celular de uma funcionária de Renato Cariani, registros de uma viagem conjunta em 2015 indicam uma estreita relação entre Cariani e Fábio Spínola. Na conversa, Cariani discute os preparativos para a viagem e menciona a compra de dólares, evidenciando a proximidade entre eles.

“Você vai querer os dólares? O amigo do Fabinho vai acabar vendendo tudo e você vai ficar sem. Amanhã ele vai lá na empresa entregar os meus R$ 2 mil dólares que comprei com amigo dele”, diz o influencer.

Conversa entre Cariani e a funcionária. — Foto: TV Globo/Reprodução
Conversa entre Cariani e a funcionária. — Foto: TV Globo/Reprodução

Para o Ministério Público, a viagem compartilhada a Cancún e a presença de fotos das esposas juntas nas redes sociais sugerem uma amizade entre Cariani e Fábio.

Outro ponto de interesse é o encontro entre Cariani e Fábio na sede da Anidrol, empresa de Cariani, em maio do ano passado, coincidindo com a prisão de Fábio pela operação Downfall da Polícia Federal do Paraná.

A investigação também destaca um carregamento de produtos químicos em um carro registrado em nome da esposa de Fábio, com indícios de desvio para a produção de drogas. Mensagens no celular apreendido indicam que o chefe de Cariani solicitou a separação desses produtos, levantando suspeitas adicionais.

“Todo mundo já foi embora. eu vou ter que separar um material pra AstraZeneca. O Renato… liguei pra ele, ele falou pra eu quebrar esse galho dele e separar esse produto”, disse, antes de mandar uma foto do carro por mensagem.

Segundo a Justiça, o carro estava no nome da esposa do Fábio. A PF explica que, neste mesmo dia do carregamento, foi emitida uma nota fiscal fraudulenta em nome da AstraZeneca para a venda de éter e cloridato de lidocaína, produtos que teriam sido desviados para a produção de drogas.

Além disso, as mensagens revelam solicitações de dados de crianças por parte de Cariani, o que levanta a suspeita de fraude na compra de hormônios de crescimento, embora a defesa negue o uso de receitas falsas. “Amiga, consegue dois nomes de crianças com dados dos pais pra mim, por favor”, diz uma mensagem.

Por mensagem, Renato Cariani pede dados de crianças. — Foto: TV Globo/Reprodução
Por mensagem, Renato Cariani pede dados de crianças. — Foto: TV Globo/Reprodução

Outro episódio a ser investigado é o contato entre Cariani e autoridades policiais após uma vistoria em uma empresa ligada à Anidrol. A troca de mensagens sugere uma relação estreita entre Cariani e os policiais envolvidos.

A funcionária avisa: “Só para te avisar, seus amigos policiais estiveram aqui. Foi tranquilo. Ele diz que depois te liga”. Cariani responde: “Que bom que são meus amigos, querida”.

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