
A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, após o tarifaço anunciado por Donald Trump em julho, começa a refletir na área militar. Representantes do governo americano comunicaram a Brasília que encontros programados entre as Forças Armadas dos dois países foram suspensos. Com informações de Bela Megale, em O Globo.
Também há risco de cancelamento da participação dos EUA em treinamentos conjuntos, como a Operação Formosa, maior exercício terrestre da Marinha, que tradicionalmente reúne militares estrangeiros.
Fontes do Ministério da Defesa afirmam não haver comunicado oficial sobre o cancelamento de agendas ou o fim da cooperação, mas a apreensão cresce entre os militares. A relação Brasil-EUA sempre foi marcada por forte colaboração técnica, e a caserna atua para tentar preservar essa aproximação, mesmo em meio às tensões políticas.

Entre as principais preocupações está a possibilidade de sanções que atinjam a importação de tecnologia e compras de equipamentos militares. O Brasil mantém militares nos Estados Unidos dedicados a essas aquisições, além de oficiais em cursos de formação e aperfeiçoamento. A continuidade desses programas também está sob observação diante da escalada da crise.
Em maio, antes do agravamento do cenário, o chefe do Comando Sul dos EUA, almirante Alvin Holsey, esteve no Brasil em reuniões com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes das Forças. Agora, com a pressão da gestão Trump, a cooperação militar entre os dois países vive um momento de incerteza.