Coordenador do Prerrô detona procurador do Rio que defendeu Castro e atacou Lewandowski

Atualizado em 1 de novembro de 2025 às 12:43
O governador Cláudio Castro e o procurador-geral do Rio de Janeiro, Renan Saad

Uma discussão pesada ocorreu num grupo de WhatsApp chamado “Pensadores da Justiça”, que reúne algumas das figuras mais influentes do mundo jurídico e político brasileiro. Nomes como Técio Lins e Silva, Augusto Aras, Paulo Gonet, Kássio Nunes Marques, Alberto Toron, Celso Vilardi e até Michel Temer fazem parte da turma. 

Segundo o DCM apurou com integrantes do grupo, os momentos mais animados ocorriam nos debates sobre Sergio Moro.

Mas o clima pesou quando o procurador-geral do Rio de Janeiro, Renan Saad, que chegou a ser preso em 2019 na Lava Jato, acusado de receber R$ 1,2 milhão da Odebrecht para alterar o traçado da expansão do metrô carioca, defendeu o governador Cláudio Castro.

Saad atacou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e responsabilizou o governo federal pela chacina ocorrida no Rio de Janeiro, que ultrapassou o massacre do Carandiru em selvageria.

“Esse ministro [Ricardo Lewandowski] é um zero à esquerda, que aliás é a linha de pensamento. Se vocês lerem o parecer da AGU que nega o blindado para o RJ ficarão estarrecidos. O governo federal é omisso, reprime os estados na parte financeira e os subjuga no apoio à segurança pública. Com todas as vênias, vocês estão equivocados e não sabem da realidade. O governador do Rio foi o único que colocou o dedo na ferida e, com todos os limites, está tentando resolver o problema. Deveria ser idolatrado”, escreveu Saad.

“A União Federal, a atual e a anterior, é da pior espécie. Nosso federalismo está doente e a causa é a União, que drena e suga os recursos dos estados. Desculpem o desabafo, mas vocês estão fazendo direito in vitro, em antagonismo à realidade como ela deveria ser. Se quiserem, me tirem do grupo, mas a verdade precisa prevalecer.”

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, conhecido por sua atuação em defesa do Estado democrático de direito, não deixou barato.

“Com todo o respeito, sua manifestação não é apenas deselegante. Revela uma visão atrasada e autoritária. Este ministro é um homem público sério e indiscutivelmente íntegro, a quem deveríamos reverenciar e aplaudir. Deixou, por onde passou, um rastro luminoso de exemplos edificantes. É lamentável esse tipo de ofensa barata e injusta, que diz mais sobre você do que sobre ele. E quer saber? O seu governador é um fascista, completamente despreparado. O que me assusta é a posição que você ocupa. Já deveria ter aprendido algumas coisas…”, disse.

“A dialética enriquece o debate. As divergências, quando respeitosas, são saudáveis e bem-vindas. Mas, ao que parece, você desconhece essa cartilha. Precisa aprender a conviver em um ambiente democrático. Triste. Muito triste. Peço desculpas aos membros do grupo, mas não conseguiria olhar no espelho se me omitisse. Tenho muitos defeitos, mas não sou covarde.”