Copacabana reúne 41,8 mil em ato de artistas contra PEC da Blindagem, diz USP

Atualizado em 21 de setembro de 2025 às 18:36
Manifestação em Copacabana. Foto: Reprodução

A praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi palco neste domingo (21) de uma das maiores manifestações contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro. Segundo levantamento do Monitor do Debate Político, da USP, o ato reuniu 41,8 mil pessoas às 16h, na altura do Posto 5. A mobilização fez parte do movimento “Brasil nas ruas”, que espalhou protestos por várias capitais.

Desde o início da tarde, manifestantes se concentraram aguardando apresentações de grandes nomes da música brasileira. No palco montado em um trio elétrico, artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Marina Sena, Maria Gadú e o grupo Os Garotin deram o tom político-cultural do ato, embalando os gritos de “sem anistia” que ecoaram pela orla carioca.

O protesto foi marcado pela forte presença popular, que levou bandeiras, faixas e cartazes contra a chamada “PEC da Bandidagem”, aprovada na última terça-feira (16) pela Câmara dos Deputados. A proposta prevê que parlamentares só possam ser processados com aval das respectivas Casas Legislativas, amplia o foro privilegiado e estabelece regras mais brandas para prisão em flagrante.

Manifestantes fazem protesto ao Masp, na Avenida Paulista, contra a PEC da Blindagem e o Projeto de Anistia — Foto: Reprodução/TV Globo

A mobilização não ficou restrita ao Rio. Em São Paulo, a Avenida Paulista reuniu 42,3 mil pessoas, de acordo com a mesma metodologia da USP. Outras cidades também registraram atos expressivos, como Salvador, onde Daniela Mercury e Wagner Moura lideraram o trio elétrico; Brasília, com a participação de Chico César; Vitória, com o cantor Silva; e Maceió, com a cantora Simone.

No Senado, a proposta enfrenta resistências. O relator escolhido para analisar o texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Alessandro Vieira (MDB-SE), já declarou que seu parecer será pela rejeição. Para ele, a PEC representa retrocesso democrático e ameaça a transparência pública.

Os atos em Copacabana e em outras capitais reforçaram a pressão popular sobre os senadores, que serão responsáveis por analisar a proposta após a aprovação expressiva na Câmara, por 353 votos a favor e 134 contrários. A mensagem dos artistas e manifestantes foi clara: não à anistia e não à blindagem de parlamentares diante da lei.