Copom aumenta pela primeira vez desde 2022 a taxa de juros, de 10,5% para 10,75%

Atualizado em 18 de setembro de 2024 às 19:09
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em seus últimos meses no cargo. Reprodução

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (18) a elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, em 0,25 ponto percentual, passando de 10,5% para 10,75% ao ano. Esta é a primeira alta na taxa desde agosto de 2022.

Justificativas da decisão

A decisão de aumentar a Selic foi tomada de forma unânime. No comunicado, o Copom afirma que o cenário atual é caracterizado pela “resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demandando uma política monetária mais contracionista”.

O comitê ressalta que essa decisão está alinhada com a estratégia da autoridade monetária para assegurar que a inflação atinja a meta.

Na ata da última reunião, o Banco Central já havia indicado a possibilidade de aumentar a taxa. “O Comitê avaliará a melhor estratégia: por um lado, se a manutenção da taxa de juros por um período suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; por outro lado, o Comitê, unanimemente, reafirmou que não hesitará em elevar a taxa de juros para garantir a convergência da inflação à meta, caso julgue necessário”, declarou o Copom no documento.

O aumento da taxa de juros desencadeia a redução do consumo pelo encarecimento do crédito. Reprodução

Impactos na economia

A Selic é chamada de taxa “básica” porque serve como referência para outros juros de mercado, como os de empréstimos e financiamentos. Juros mais baixos tornam o crédito mais acessível, o que estimula o consumo; quando os juros aumentam, o efeito é o oposto.

Além disso, os juros influenciam a geração de empregos. Quando a Selic está alta, o custo operacional das empresas aumenta, desestimulando investimentos e contratações. Com a queda da Selic, empresários ficam mais inclinados a assumir riscos e buscar crédito para expandir, o que pode resultar em mais empregos.

A Selic também impacta os investimentos financeiros. Com juros mais baixos, investimentos de maior risco, como ações, tendem a ser mais procurados. Já com juros elevados, produtos de renda fixa, como títulos do Tesouro, CDB e LCI, tornam-se mais atrativos.