Copom deve manter Selic em 13,75% e abrir espaço para queda dos juros em agosto

Atualizado em 21 de junho de 2023 às 7:26
Presidente do BACEN, Roberto Campos Neto. (Foto: Reprodução)

Nesta quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) se reúne e deve manter a SELIC (taxa básica de juros) estável em 13,75% ao ano. A decisão será anunciada por volta das 18h30.

Especialistas, no entanto, acreditam que essa seja a última reunião que vai manter a taxa básica da economia no atual patamar. A expectativa é de que o BC inicie um ciclo de corte dos juros a partir de agosto, quando a Selic recuaria para 13,50% ao ano. A previsão anterior era de que o início do processo de redução dos juros, pelo BC, aconteceria somente em meados de setembro. Para o fim de 2023, o mercado financeiro já projeta um juro básico de 12,25% ao ano.

Na última ata do Copom, da reunião realizada em maio, a comissão ainda avaliava que a pressão inflacionária ao consumidor continuava “elevada” e que as expectativas de inflação para os próximos anos seguiam acima das metas definidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Roberto Campos Neto, presidente do Bacen, mantinha o discurso alegando que era necessário “serenidade e paciência” na definição do juro para tentar cumprir as metas.

Mesmo com a liberação da ata desta quarta e a expectativa de redução na taxa para agosto, sabe-se que o foco da instituição é na meta do ano que vem. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.

A redução da SELIC, desde que tomou posse de seu terceiro mandato, vem sendo um dos pontos mais discutidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista tem pressionado o Banco Central a iniciar o processo de redução da taxa básica de juros da economia, e critica o efeito de juros altos sobre o crescimento da economia e a geração de empregos.

Presidente Lula. (Foto: Reprodução)

Em 1º de maio, no Dia do Trabalho, por exemplo, Lula associou o patamar atual da Selic ao desemprego e disse que a taxa de juros é parcialmente “responsável” pela situação do país.

“A gente não poder viver mais em um país aonde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego nesse país porque ela é responsável por uma parte da situação que nós vivemos hoje”, disse Lula, na ocasião.

A meta de inflação do próximo ano, definida pelo CMN, é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

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