
A presença de María Corina Machado na cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, marcada para dezembro, é considerada improvável. A golpista venezuelana vive escondida desde as eleições de 2024 e, segundo o colunista Jamil Chade, do UOL News, enfrenta risco de prisão caso tente deixar o país.
Machado vive atualmente escondida e os organizadores do Nobel não sabem se ela participará da cerimônia. A venezuelana foi premiada por supostamente lutar pela democracia e se opor a Nicolás Maduro no país.
“Diferente de Edmundo González, que conseguiu deixar o país e vive na Espanha, Corina continua em local incerto. Acredito que seria muito difícil ela ir à cerimônia — não porque seria difícil sair, mas porque seria quase impossível voltar”, disse Chade.
O Comitê Norueguês do Nobel disse que a escolha de Machado simboliza um alerta global sobre o avanço do autoritarismo. “Foi a urna contra as balas”, declarou Jørgen Watne Frydnes, presidente do colegiado, durante o anúncio.

Neste ano, a escolha de Machado ocorreu em meio à frustração de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos que fez campanha aberta pelo prêmio. Ele alegava merecer o reconhecimento por ter mediado “sete acordos de paz”, e chegou a dizer que não ser premiado seria “uma ofensa aos americanos”.
Trump recebeu apoio de Vladimir Putin, presidente da Rússia, que criticou a premiação e de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, que fez campanha apoiando seu nome após o acordo de cessar-fogo com o Hamas.
Machado dedicou o Nobel da Paz a Trump após receber o prêmio. Ela disse que o americano deu apoio decisivo à sua causa.