Coronavírus, coitado, leva a culpa pelo fim da “Marcha de Itararé”. Por Fernando Brito

Atualizado em 12 de março de 2020 às 23:57
Foto: Reprodução

Publicado originalmente no Tijolaço:

Por Fernando Brito

Daqui a pouco Jair Bolsonaro, não sei se sem ou com a fantasia de uma máscara antivírus (que, na sua live de Facebook foi um erro da produção, porque é um modelo errado não é N95, que dá proteção eficaz) entra em rede nacional de rádio e TV para “desconvocar” a manifestação que não estava convocando.

A “Marcha de Itararé”, que foi usada por duas semanas para pressionar o Congresso e o Supremo, com a ameaça atropelá-los tinha, desde o início, o destino de ter esta morte antecipada, com a desculpa do coronavírus.

Este blog vem afirmando isso desde o fevereiro.

Qualquer um percebe que a flama bolsonarista murchou muito e permanece apenas nos gravemente contaminados pelo ódio.

Tanto não funcionou que teve uma pesada derrota ontem, com a derrubada do veto à ampliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma pauta que não lhe deixou muito espaço para vociferar contra os parlamentares.

O que não se esperava é que os fatos ajudassem e ocorressem situações concretas, como o do sujeito que aparelha a Secretaria de Comunicação do Presidente ter testado positivo pelo vírus e, dadas as horas e intimidades em hotel e no avião, poder ter passado o patógeno ao próprio Bolsonaro.

Assim, o presidente fica poupado de ter de exibir a musculatura política que não tem.

E dá ao Brasil dois acontecimentos inéditos na República: uma “manifestação espontânea” convocada por ele dentro e uma quartel da Força Aérea e “desconvocada” em rede nacional de televisão.

O ato acabou porque nunca foi para valer.