Coronel contesta investigação da PF sobre golpe e acusa Moraes de ‘roubar’ eleição em favor de Lula

Atualizado em 23 de novembro de 2024 às 13:39
Governo Bolsonaro tem cerca de 130 militares em cargos de | Política
Jair Bolsonaro e militares: ex-capitão e mais 36 pessoas foram indiciadas pela PF. Foto: reprodução

O diretor do CGERD (Curso de Gestão de Recursos de Defesa) da Escola Superior de Guerra, Anderson Freire Barboza, escreveu uma mensagem em um grupo de WhatsApp afirmando que as eleições de 2022 “foram roubadas” e questionando a investigação da Polícia Federal  (PF) sobre a trama golpista. Na mesma postagem, Barboza chamou o presidente Lula (PT) de “ladrão”, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Barboza, coronel da reserva, iniciou sua mensagem dizendo que “as pessoas estão esquecendo” e prosseguiu acusando: “As eleições foram roubadas sob a liderança de Alexandre de Moraes. Desde a soltura do ladrão até todos os atos perpetrados em favor de Lula na corrida eleitoral.”

Diretor da ESG chama Lula de ladrão e diz que eleições foram roubadas em postagem no WhatsApp
Diretor da ESG contesta investigação da PF, chama Lula de ladrão e diz que eleições foram roubadas em mensagem no WhatsApp. Foto: reprodução

A publicação foi feita na noite de quinta-feira (21) em um grupo com cerca de 100 participantes, incluindo professores e ex-alunos da ESG, uma instituição vinculada ao Ministério da Defesa, sob comando do ministro José Múcio Monteiro.

A mensagem foi divulgada poucas horas após a PF ter indiciado 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Braga Netto e o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno, por suspeitas relacionadas a uma trama golpista.

Barboza afirmou na postagem que “as pessoas estavam indignadas e grande parte da população não aceitava o resultado” e concluiu questionando a investigação da PF: “Claro, vamos discutir sobre a veracidade dessa apuração de fatos da PF.”

Em resposta à repercussão, o militar confirmou a autoria da publicação e justificou suas declarações como um “desabafo”. Ele afirmou: “Trata-se de um desabafo, pois os militares que conheço entre os 37 citados são profissionais extremamente competentes, o que naturalmente gera um sentimento de tristeza.”

O coronel da reserva, atualmente contratado pelo Ministério da Defesa como PTTC (Prestador de Tarefa por Tempo Certo), acrescentou que o grupo de WhatsApp é formado majoritariamente por civis e que sua reação foi motivada por “ilações” feitas por outros membros.

“Começaram a surgir ilações sem que as informações completas fossem consideradas. Assim, o desabafo foi simplesmente de um cidadão indignado com a forma como algumas pessoas julgam sem conhecer todos os fatos, algo claramente pouco ético. Por isso, decidi responder na mesma moeda”, concluiu.