Corregedoria da Polícia de SP investigará o vazamento ao TSE presidido por Moraes

Atualizado em 15 de agosto de 2024 às 20:45
O ministro do (STF) Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com expressão pensativa, sem olhar para a câmera
O ministro do (STF) Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes – Divulgação

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo iniciou uma investigação para apurar um possível vazamento de informações que envolvem a segurança do ministro do (STF) Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A ação ocorre após a revelação de que um órgão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acessou dados da Polícia Civil de São Paulo a pedido informal da segurança do magistrado.

O policial Wellington Macedo, que atua no gabinete de Moraes no STF, teria solicitado a Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, a investigação de ameaças e vazamentos de dados pessoais ligados ao ministro e sua família. Em resposta, Tagliaferro teria obtido informações sigilosas com o auxílio de um policial civil paulista, cuja identidade permanece em sigilo.

O uso da AEED para fins de segurança de Moraes está fora do escopo de suas atribuições, uma vez que o órgão faz parte da estrutura administrativa da Justiça Eleitoral, sem competência para conduzir investigações criminais.

Em nota à Folha de S.Paulo, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou a abertura de um procedimento na Corregedoria para investigar o possível envolvimento de um policial civil no vazamento. A proteção dos ministros do STF é responsabilidade da Secretaria de Segurança do STF, que pode contar com apoio de outras corporações, como a Polícia Federal, em casos de ameaças.

Sede da Corregedoria da Geral da Polícia Civil de São Paulo à noite
Sede da Corregedoria da Geral da Polícia Civil de São Paulo – Reprodução/TV Globo

As mensagens que mostram as solicitações de Macedo ao TSE estão entre os mais de 6 gigabytes de arquivos trocados via WhatsApp entre auxiliares de Moraes. Esses diálogos indicam uma atuação fora dos trâmites formais, com o TSE sendo utilizado como uma base alternativa de investigações para inquéritos do STF.

O gabinete de Alexandre de Moraes afirmou que todos os procedimentos foram conduzidos de forma oficial, regular e devidamente documentados, com a participação da Procuradoria-Geral da República.

Eduardo Tagliaferro, em uma das mensagens, relata ter acesso a sistemas de segurança de São Paulo graças a um policial de confiança. Ele também sugeriu ao ministro que os dados de sua família fossem tratados com o mesmo nível de sigilo aplicado a policiais.

Tagliaferro declarou que cumpriu todas as ordens recebidas e afirmou não se lembrar de ter cometido qualquer ilegalidade.

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