
A Fast Shop anunciou o fechamento de 11 lojas físicas e de um centro de distribuição como parte de um processo de reestruturação interna. A decisão ocorre dois meses após a Operação Ícaro, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que investiga um esquema bilionário de ressarcimento indevido de créditos de ICMS mediante pagamento de propina a servidores públicos. Em nota, a varejista afirma que “está sempre em busca de melhorias contínuas de forma a ampliar a eficiência operacional da companhia”.
Segundo a empresa, a reavaliação das operações inclui priorização de pontos de venda alinhados à estratégia corporativa. “Essa postura diligente é o que tem garantido a sustentabilidade e o desenvolvimento da Fast Shop ao longo de seus quase 40 anos de história na sua missão de encantar os clientes que compram pelas suas lojas físicas e ecommerce”, diz a nota.
Atualmente, a rede possui 80 lojas, incluindo as marcas Fast Shop, M1 e cinco unidades A2You, especializadas em produtos Apple.
O cronograma de fechamento será escalonado. Na primeira etapa, em 8 de outubro, encerram as atividades a loja A2You do shopping Barigui (Curitiba) e unidades Fast Shop em Aricanduva, Boulevard Tatuapé e Interlagos, em São Paulo.
No dia 12, serão fechadas unidades em Salvador, Itaquera, SP Market, Rio Mar Fortaleza e o centro de distribuição cearense. No final do mês, encerram as lojas do Barra Salvador e M1 Litoral Plaza, em Praia Grande (SP). A Fast Shop também promove cortes de pessoal, sem detalhar o número de demissões.

A reestruturação ocorre em paralelo à investigação da Operação Ícaro, que revelou suposto esquema de corrupção tributária envolvendo o auditor fiscal Artur Silva Neto e sócios da Fast Shop. Segundo depoimentos, a empresa teria recebido mais de R$ 1,5 bilhão em ressarcimentos de ICMS entre 2021 e 2025, sendo R$ 1,04 bilhão inflados indevidamente.
Os sócios Milton e Júlio Kakumoto e o diretor Mario Otávio Gomes firmaram acordos de não persecução penal e irão restituir R$ 100 milhões aos cofres públicos. A empresa reforça que mantém “colaboração integral com as autoridades” e compromisso com “ética, legalidade e conformidade”.