Corte na Selic: Copom se reúne nesta semana e juros deve cair a 11,25%, menor em 2 anos

Atualizado em 29 de janeiro de 2024 às 6:43
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. (Foto: Reprodução)

O Copom se reúne nesta semana para sua primeira reunião de 2024, começando na terça-feira (30) e encerrando na quarta-feira (31). Neste encontro, espera-se um novo corte na Selic, com previsões apontando para uma queda para 11,25%, o que marcaria o menor patamar em quase dois anos.

A expectativa de redução se baseia em fatores como a atual queda nos preços, a diminuição das taxas de juros de longo prazo no exterior, especialmente nos EUA, e avanços nas medidas de equilíbrio fiscal do governo brasileiro.

Indicadores: IPCA

O IPCA fechou 2023 em alta de 4,62%, dentro do intervalo da meta da inflação. Para 2024, a expectativa é que a tendência de queda no índice se mantenha, o que poderia influenciar na trajetória de baixa da Selic.

O economista André Perfeito projeta a taxa básica de juros encerrando o ano em 9,75%, mas alerta para sinais de possível aumento na inflação, especialmente após a divulgação do IPCA-15 na semana passada.

“A dispersão dos preços aumentou e uma medida bastante usada pelo COPOM para antecipar a inflação, os Serviços Subjacentes, teve piora. Mantenho a perspectiva já expressa no meu cenário para 2024 onde o IPCA cheio pode até ficar mais baixo, contudo serviços tendem a pressionar devido a recuperação do rendimento médio real habitual na esteira do desemprego em queda”, disse.

Projeções Boletim Focus

As projeções de inflação medidas pelo Boletim Focus estão em 3,86% para 2024 e 3,5% para os próximos anos, permanecendo acima do centro da meta de 3%, com um intervalo de 1,5 ponto.

Esse cenário levanta preocupações no Banco Central sobre a possibilidade de acelerar o ritmo de cortes para 0,75 ponto, conforme desejado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e membros da equipe econômica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Reprodução

Empréstimos via BNDES

Outra preocupação é o crescimento dos empréstimos subsidiados via BNDES, que poderiam diminuir os efeitos da política monetária.

O aumento no volume de recursos subsidiados, conhecido como “crédito direcionado”, pode demandar uma elevação na taxa de juros do “crédito livre” para conter a alta da inflação.

Na última semana, o governo anunciou um plano de incentivo à indústria, aumentando o temor de uma possível volta ao crédito subsidiado vigente durante o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Embora a maioria dos recursos tenha como referência taxas de mercado, o projeto levanta preocupações sobre essa retomada do crédito subsidiado.

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