Cortes na equipe aumentaram custos e Globo teve prejuízo de R$ 41 milhões em 2022

Atualizado em 2 de abril de 2023 às 9:01
Globo fecha 2022 no prejuízo, mas saúde financeira do canal permanece bem. Fotomontagem

 

A Globo teve prejuízo de R$ 41 milhões em 2022. Os números são ruins, mas melhores do que 2021, ano em que fechou no vermelho com a crifra de R$ 121 milhões.

“Os custos de amortização dos direitos da Copa do Mundo acabaram por consumir os resultados acumulados dos três trimestres anteriores”, explicou Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, no informe interno enviado para os funcionários com os números ao qual o colunista Guilherme Ravache, do UOL, teve acesso.

O executivo destacou o bom balanço da operação digital. “O crescimento do Globoplay e do Globoplay+Canais, mesmo num cenário em que o mercado de streaming experimentou dificuldades no Brasil e no mundo, foi importante para mitigar a curva declinante de assinantes da TV paga”.

Nos meios digitais, a publicidade da Globo cresceu mais de 30% em 2022 e o Globoplay teve incremento de 20%.

Se por um lado a Copa do Mundo pesou negativamente, por outro ela auxiliou para que a arrecadação com publicidade batesse recordes: houve um acréscimo de R$ 684 milhões na receita de anúncios. Além do campeonato de futebol vencido pela Argentina, o sucesso do BBB 22, do Rock in Rio e d novela “Pantanal” facilitou o alcance dessa marca, fazendo o canal dos Marinho faturar 8% a mais em relação a 2021.

Equipe de narradores da Globo para a Copa do Catar: compra dos direitos do evento deu prejuízo ao canal. Divulgação TV Globo

Mesmo passando por uma reestruturação do quadro de funcionários, cortando algumas das estrelas da casa e, consequentemente seus altos salários, os custos do canal subiram em R$ 660 milhões no ano passado.

Os desligamentos efetuados pela empresa impactaram negativamente no caixa, dado os altos valores pagos com essas rescisões.

.”Apesar de termos alcançado uma melhora, fechamos o ano com resultado negativo”, disse Marinho, que sinaliza que as mudanças na empresa devem continuar. “Um cenário que exige uma atuação ainda mais conectada com nossos objetivos de conduzir a empresa para um futuro sólido e sustentável, revisitando custos, adotando novas práticas e tomando decisões assertivas e alinhadas à nossa estratégia”, explicou.

Apesar dos números, a receita líquida da emissora do Jardim Botânico cresceu 5% (R$ 739 milhões), totalizando R$15,168 bilhões, contra um faturamento de R$ 14,429 bilhões no ano imediatamente anterior.

Mesmo com dois anos seguidos de maus resultados, a saúde financeira da Globo segue bem: seu caixa é três vezes maior do que suas dívidas e essas só vencem na próxima década.

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