CPI da Covid: diretora de empresa pode confirmar que Bolsonaro prevaricou na negociação da Covaxin

Atualizado em 13 de julho de 2021 às 8:59
Emanuela Medrades pode contribuir para implicação de Bolsonaro no caso de prevaricação.

A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (13), a partir das 9h, o depoimento de Emanuela Medrades, diretora técnica da Precisa Medicamentos. É considerada peça-chave nas negociações para aquisição da vacina Covaxin pelo Governo Bolsonaro.

A Precisa Medicamentos ganhou destaque quando o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda fizeram denúncias à CPI de que haveria corrupção na aquisição das vacinas vendidas pelo laboratório.

Desde então, Bolsonaro vem sendo acusado de saber do esquema e o governo pedido R$ 1 bilhão em propina. Se tudo se confirmar, Bolsonaro cometeu crime de prevaricação.

Emanuela chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não fosse obrigada a comparecer à CPI. O pedido foi negado pelo ministro Luiz Fux.

Apesar da participação obrigatória, Medrades poderá se negar a responder perguntas que possam produzir provas contra si.

A expectativa é, no entanto, que o depoimento de Medrades contribua para compreender qual a relação de Bolsonaro com o caso e se ouve ou não prevaricação.

O crime de prevaricação é cometido pelos servidores que deixam de agir ou demoram para cumprir uma ação de propósito.

Segundo o artigo 319 do Código Penal Brasileiro, o delito teria como propósito “satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.

Reverendo fugiu

Nesta quarta, 14, estava previsto o depoimento de Amilton Gomes de Paula.

Foi foi adiado depois que o reverendo apresentou um atestado médico alegando uma crise renal.

No entanto, o presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) solicitou uma perícia técnica no documento que é de 15 dias, a contar de 9 de julho.

Amilton foi convocado após ter sido autorizado pelo Ministério da Saúde a negociar a compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca com a Davati Medical Supply.
Conforme noticiado pelo Metrópoles, apesar da justificativa citada formalmente, membros do colegiado lembram que, quando ligaram para convocá-lo, o reverendo deu outra explicação para a ausência. Na ocasião, ele afirmou que não poderia comparecer porque seu advogado estaria viajando na data.

A possibilidade de remarcar outro depoimento para quarta-feira é avaliada pelo comando da CPI, no entanto, a remarcação depende do resultado da perícia no atestado.