CPI que mira Padre Júlio Lancellotti sofre debandada que chega a 10 nomes

Atualizado em 10 de janeiro de 2024 às 22:03
Rubinho Nunes falando e gesticulando com expressão séria
Rubinho Nunes é o autor de proposta – Foto: Câmara Municipal de São Paulo

O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) enfrenta uma perda significativa de apoio parlamentar após revelar sua intenção de incluir o padre Júlio Lancellotti no escopo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltada para a investigação de ONGs atuantes na Cracolândia, em São Paulo.

Nesta quarta-feira (10), Gilson Barreto (PSDB) anunciou sua retirada, tornando-se o décimo parlamentar a abandonar o suporte à CPI. Com isso, quase metade dos signatários iniciais retiraram seu apoio.

Em comunicado, Barreto explicou sua decisão, destacando que optou por abandonar a iniciativa após uma análise mais aprofundada do propósito e das consequências da CPI, bem como após consultas com colegas e consideração das opiniões populares.

Ele argumenta que não faz sentido investigar as atividades do padre Lancellotti sem considerar seus convênios com a Prefeitura. “Isso eu não posso aceitar. A CPI perdeu a sua finalidade de zelar pelo dinheiro público e não há por que ela ser instalada”, declarou.

Embora simbólico, o gesto do parlamentar ocorre enquanto a proposta continua tramitando, tendo cumprido o requisito mínimo de assinaturas desde sua protocolização em 6 de dezembro. Para se concretizar, a CPI precisa ser incluída na ordem do dia pelo colégio de líderes e, em seguida, ser aprovada no plenário com uma maioria simples de 28 votos.

Em uma entrevista ao Estadão, Rubinho Nunes assegurou que não enganou nenhum vereador e mantém a esperança de que a CPI seja efetivamente instalada. Por sua vez, o padre Júlio Lancellotti considerou o anúncio de sua inclusão na investigação como algo “sem nexo”, reiterando que seu trabalho com a população de rua é financiado pelos recursos da Arquidiocese de São Paulo e doações para a Paróquia São Miguel de Arcanjo.

Padre Júlio Lancellotti com expressão séria
Padre Júlio Lancellotti está na mira de CPI – Reprodução

Outros parlamentares que também retiraram seu apoio à CPI são Xexéu Tripoli (PSDB), Thammy Miranda (PL), Sidney Cruz (Solidariedade), Sandra Tadeu (União Brasil), João Jorge (PSDB), Beto do Social (PSDB), Milton Ferreira (Podemos), Nunes Peixeiro (MDB) e Manoel Del Rio (PT), sendo que este último afirmou ter assinado o documento por engano.

O pedido de instalação da CPI conta atualmente com 23 assinaturas e rubricas, havendo uma replicada e uma assinatura ainda não identificada.

Lista de Vereadores que Mantiveram Apoio ou Não Se Manifestaram:

  • Adilson Amadeu (União Brasil)
  • Atílio Francisco (Republicanos)
  • Fábio Riva (PSDB)
  • Fernando Holiday (PL)
  • Isac Félix (PL)
  • Jorge Wilson Filho (Republicanos)
  • Major Palumbo (Progressistas)
  • Rodrigo Goulart (PSD)
  • Rubinho Nunes (União Brasil), autor da proposta
  • Rute Costa (PSDB)
  • Sansão Pereira (Republicanos

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