Anotações feitas no bloco de notas do tenente-coronel Mauro Cid indicam que o militar não prestava serviços apenas para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas também para outros integrantes da família. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
Arquivos armazenados na nuvem do celular do bolsonarista mostram registros sobre compras de itens pessoais que para Michelle Bolsonaro, sobre um celular para Jair Renan, além de uma credencial do deputado Eduardo Bolsonaro (PL).
Algumas dessas tarefas foram realizadas durante viagens presidenciais. Em uma delas, para Dallas, nos Estados Unidos, Cid escreveu que precisava comprar “cremes de cabelo para PD” e cita uma “encomenda, que não chegou a tempo, de uma máquina anti-calvície”.
Vale destacar que a sigla “PD”, mencionada em mais de uma anotação do tenente-coronel, costuma ser utilizada por funcionários da Presidência como referência a “primeira-dama”, no caso, a Michelle.
Em um outro registro sobre uma viagem para a China, em outubro de 2019, o ex-ajudante de ordens do ex-mandatário destacou a necessidade de comprar um suporte de celular “para PD” e também uma camisa do Flamengo. Na ocasião, Bolsonaro presenteou o líder chinês Xi Jinping com a camiseta.
Há também registros sobre “iPhone Renan nos EUA” e “Dep Eduardo perdeu credencial Davos”, citando dois filhos do ex-chefe do Executivo.
Mauro Cid está preso desde 3 de maio, quando foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) que investigava supostas fraudes no cartão de vacinação de Bolsonaro e seus familiares. O militar ainda é alvo no inquérito que investiga a venda ilegal das joias sauditas recebidas pela gestão bolsonarista.