“Criminosos e arrogantes”: Gleisi detona X por acobertar senador e ameaças contra família de delegado da PF

Atualizado em 14 de setembro de 2024 às 15:01
Gleisi Hoffmann. Foto: Divulgação

Em uma publicação na plataforma Bluesky, Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), comentou sobre a proteção oferecida pelo X (antigo Twitter) a um senador e seus seguidores, que ameaçaram a família de um delegado da Polícia Federal envolvido nas investigações dos crimes do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“X de Musk acobertou senador e seguidores que ameaçaram família de delegado da PF na investigação dos crimes de Bolsonaro. E ainda querem posar de perseguidos… Criminosos arrogantes”, escreveu Hoffmann, ressaltando a gravidade do ocorrido.

X de Musk acobertou senador e seguidores que ameaçaram familia de delegado da PF na investigação dos crimes de Bolsonaro. E ainda querem posar de perseguidos… Criminosos arrogantes

— Gleisi Hoffmann (@gleisi.bsky.social) September 14, 2024 at 1:15 PM

A declaração veio à tona após o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, compartilhar detalhes sobre ameaças feitas na plataforma durante uma reunião com empresários, realizada em São Paulo. No encontro, Rodrigues mencionou que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) postou fotos da esposa e da filha de 5 anos de um delegado da PF, com a legenda “Procura-se vivo ou morto”.

A publicação gerou uma série de ameaças, com usuários sugerindo recompensas pela morte da criança e da mãe, o que provocou forte indignação. Rodrigues destacou o impacto emocional causado nas vítimas, com a esposa do delegado necessitando de tratamento psicológico até hoje.

Ele também informou que a Polícia Federal solicitou a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que a postagem fosse removida. O ministro determinou a exclusão do conteúdo e impôs uma multa diária de R$ 50 mil caso a ordem não fosse cumprida, mas a plataforma ignorou tanto a ordem judicial quanto o pagamento da multa.

A postura do X foi duramente criticada, especialmente após a rede social sinalizar que poderia encerrar suas operações no Brasil para evitar o cumprimento de ordens judiciais futuras. Essa sequência de desobediências culminou na decisão de Moraes de suspender o funcionamento do X no país, medida implementada em 30 de agosto.

Durante a reunião, o diretor da PF questionou os empresários presentes: “O que fariam diante de uma situação dessas?”, referindo-se ao delegado e ao ministro Moraes, cujas decisões foram desafiadas pela plataforma. A suspensão do X aconteceu em meio a uma série de investigações sobre o financiamento de atos antidemocráticos e a disseminação de informações falsas nas redes sociais, envolvendo o ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores.

Rodrigues concluiu reforçando a necessidade de cooperação entre as empresas de tecnologia e as autoridades, especialmente em um momento em que plataformas digitais têm sido usadas para ameaçar pessoas envolvidas em investigações criminais de grande relevância.

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