A Polícia Técnico-Científica de São Paulo classificou como “absurda” a quantidade de metanol encontrada em bebidas apreendidas em uma fábrica clandestina na Grande São Paulo. Segundo o superintendente Claudinei Salomão, cerca de 50% das 300 garrafas analisadas apresentavam entre 10% e 45% da substância — e algumas continham apenas metanol, sem nenhum vestígio de álcool etílico. Com informações do Estadão.
A operação, realizada em São Bernardo do Campo, resultou na prisão de uma pessoa. Segundo os investigadores, o local produzia e distribuía bebidas fabricadas de forma irregular com etanol adquirido em postos de combustíveis. A polícia identificou ligação entre a fábrica e ao menos duas mortes recentes causadas pela ingestão de metanol.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que há suspeita de que o produto adulterado tenha sido comprado no mesmo posto de gasolina, mas destacou que a hipótese ainda está sendo verificada. Ele afirmou também que a investigação não encontrou indícios de envolvimento de facções criminosas no caso.
Além de São Bernardo do Campo, os agentes vistoriaram endereços em São Caetano do Sul e na capital paulista. Ao todo, oito suspeitos foram levados à delegacia para prestar depoimento. Garrafas, celulares e rótulos falsificados foram apreendidos e encaminhados para perícia.
Segundo o Ministério da Saúde, 24 casos de intoxicação por metanol foram confirmados no país até o momento, com a maioria concentrada em São Paulo. Outras 235 ocorrências seguem em investigação. O governo estadual reforçou o alerta sobre o risco do consumo de bebidas sem procedência e anunciou o reforço nas operações de fiscalização.