Crise climática: tragédia no RS entra no rumo de fake news da extrema direita global

Atualizado em 14 de maio de 2024 às 9:34
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

A estratégia eleitoral e política da extrema direita está passando por mudanças no Brasil, na Europa e em outras partes do mundo. Uma dessas mudanças é o uso da questão climática como uma ferramenta política, conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL.

Por meio de desinformação e manipulação de dados, a extrema direita tem explorado a questão climática para ampliar as divisões na sociedade, criticar a “elite” e incentivar a polarização para conquistar apoio.

Recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nas redes sociais que a “problematização climática é desinformação”. A declaração foi feita em meio à tragédia que assola o Rio grande do Sul após chuvas intensas no estado gaúcho.

“Tudo orquestrado pelos gigantes que exigem dos outros o que não cumprem. Ou seja, inviabilizam o desenvolvimento de países com potencial garantindo aos líderes destas repúblicas a sua manutenção no poder sob o custo de escravizar ainda mais seu próprio povo”, escreveu.

Vale destacar que uma série de fake news sobre o Rio Grande do Sul foi espalhada nos últimos dias, principalmente por bolsonaristas. Os simpatizantes do ex-capitão estavam usando até mesmo o plenário da Câmara dos Deputados para disseminar informações falsas sobre a tragédia.

A exploração do tema tem feito a tragédia no estado gaúcho tomar outra proporção e seguir no mesmo rumo das fake news sobre o clima em outras partes do mundo.

Na França, a líder da extrema direita, Marine Le Pen, adotou uma postura crítica em relação aos ambientalistas, caracterizando a ideologia deles como uma “luta contra os seres humanos”.

Marine Le Pen, líder da extrema direita francesa
Marine Le Pen, líder da extrema direita francesa. Foto: Manon Cruz

Seu partido busca restabelecer divisões na sociedade francesa, especialmente entre a população urbana, mais inclinada a apoiar os ambientalistas, e a população rural ou de pequenas e médias cidades, que enxerga qualquer medida ambientalista como prejudicial aos seus negócios e ao seu apego pela terra.

Na Alemanha, o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), herdeiro da ideologia nazista, aproveitou debates sobre medidas ambientais, como a transformação do sistema de aquecimento das casas, para criticar os ecologistas e apresentar-se como defensor dos mais vulneráveis, utilizando a retórica da “liberdade” em jogo.

Como resultado da manipulação e temendo ver a extrema direita ganhar força no país, o governo de centro-esquerda de Olaf Scholz teve de reduzir sua ambição e acabou submetendo para a aprovação do Parlamento uma lei com certas flexibilidades.

Já na Espanha, o partido VOX, herdeiro do franquismo, também se posicionou contra medidas ecologistas, acusando os socialistas de estarem sob influência dos “ecologistas radicais” e prometendo resgatar o cidadão comum contra as políticas ambientais.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link