Os deputados do partido estão organizando uma espécie de guerrilha digital, orientando seus apoiadores a atacar o presidente Lula (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Essa mobilização cresceu após o rechaço nas redes sociais à ação diplomática de Trump, que condicionou a suspensão da tarifa à suspensão do processo contra Jair Bolsonaro (PL), que responde no STF pela tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro de 2023.
O movimento busca, principalmente, retomar o controle da narrativa nas redes sociais, onde a defesa da soberania nacional ganhou força, conforme mostrado em pesquisas como a da Nexus, realizadas logo após a ameaça do norte-americano.

O PL, percebendo que a narrativa de ataque à justiça brasileira não surtiu o efeito desejado, intensificou a mobilização online. Deputados começaram a se comunicar entre si e com seus apoiadores, compartilhando orientações sobre como se posicionar.
Em postagens em grupos internos, foram solicitadas expressões-chave específicas para criar um alinhamento de discurso, como “culpa do Lula, chega de ditadura, tarifa do Lula”. A ideia é vincular a figura de Lula às dificuldades econômicas que poderiam surgir com o tarifaço de Trump.
A estratégia inclui também uma tentativa de associar o ministro Alexandre de Moraes à figura de um autoritário. A expressão “Tarifa Moraes”, criada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), é incentivada para reforçar a narrativa de que a taxação de Trump estaria ligada ao poder judiciário brasileiro, representado por Moraes, em uma tentativa de pressionar o governo do presidente Lula.