Culto ao vexame: bolsonaristas fazem ato por Trump e viram piada nas redes

Atualizado em 20 de julho de 2025 às 14:11
Manifestação em Brasília. Foto: Metropóles

O protesto organizado por bolsonaristas neste domingo (20), em Brasília, virou motivo de piada nas redes.

Anunciado como uma grande manifestação em apoio a Donald Trump e contra o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula, o ato teve baixa adesão e pouca repercussão fora do próprio ecossistema bolsonarista. O destaque ficou por conta dos gritos inusitados, como “o meu visto jamais será cassado”, em referência à tornozeleira eletrônica imposta a Jair Bolsonaro.

Vestidos com camisetas verde-amarelas, empunhando bandeiras do Brasil, dos EUA e até do Brasil Império, os participantes tentaram simular um clima de resistência patriótica. Mas o público reduzido e o tom teatral — com reza coletiva e palavras de ordem em defesa de Trump — geraram mais comentários irônicos do que engajamento político. Internautas classificaram o ato como “culto ao vexame” e lembraram que nem mesmo o ex-presidente apareceu para agradecer.

O flop do evento foi ainda mais evidente nas redes.

O vídeo que registrou o momento em que os manifestantes gritavam frases como “fora Moraes” e “a culpa é do Lula” viralizou não pelo conteúdo político, mas pelo contraste entre o entusiasmo do microfone e a dispersão da plateia. Até a música patriótica de fundo não salvou a performance, que foi chamada por usuários de “stand-up espiritual”.

Comandado por figuras como Damares Alves e Bia Kicis, o ato foi pensado como um gesto simbólico em apoio ao tarifaço de Trump contra o Brasil — exigência da ala bolsonarista para pressionar por anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. Mas a baixa mobilização e a teatralização da causa só reforçaram a imagem de isolamento do bolsonarismo em meio às investigações da PF e às medidas judiciais contra o ex-presidente.

A tentativa de transformar Trump em “salvador externo” não tem surtido o efeito esperado.

Mesmo com a revogação de vistos de ministros do STF, a agenda de Eduardo Bolsonaro nos EUA não resultou em respaldo institucional relevante. O próprio Bolsonaro, impedido de usar redes sociais, segue em silêncio, enquanto seus apoiadores tentam manter acesa uma chama cada vez mais fraca.