
A declaração final da Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, segundo o Globo, trouxe avanços diplomáticos ao contornar resistências do Irã e reafirmar o compromisso do grupo com a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina. O texto menciona apoio ao pleito palestino por um assento pleno na ONU e endossa a proposta de coexistência entre dois países, com Jerusalém Oriental como capital palestina.
Fontes do governo brasileiro consideraram a adesão iraniana a esse posicionamento um sinal de alinhamento às diretrizes do bloco. “Quando entrou para o Brics, o Irã comprou o pacote completo”, afirmou uma fonte, ao destacar que o grupo já possuía posição consolidada sobre o tema.
Apesar de não reconhecer Israel, o Irã aceitou manter o consenso ao se tornar membro em 2023.
Durante as negociações, autoridades brasileiras demonstraram preocupação sobre um possível recuo do Irã após recentes ataques sofridos pelo país. O impasse se intensificou com a tentativa iraniana de endurecer os termos da declaração, mas ao fim prevaleceu o entendimento multilateral. A resolução do conflito Israel-Palestina foi um dos pontos mais delicados tratados na cúpula.
Presidente Lula participa da Sessão plenária “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global” https://t.co/uojdJEz1jk
— Lula (@LulaOficial) July 6, 2025
Na avaliação do Brasil, o acordo firmado fortalece o bloco e rebate críticas sobre os riscos de ampliar o grupo com países como o Irã. A aproximação é vista como estratégica para atuar em crises globais e garantir voz aos países em desenvolvimento. “A incorporação foi positiva e reforça o Brics como espaço de diálogo”, afirmou a fonte oficial.
A ampliação do Brics foi definida na cúpula anterior, em 2023, na África do Sul, por pressão de China e Rússia.
Foram admitidos como membros plenos Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Arábia Saudita, apesar de resistência inicial do Brasil. A decisão marcou uma nova fase de expansão da influência do bloco.