Cúpula do G7: menção a aborto em documento final vira polêmica; entenda

Atualizado em 14 de junho de 2024 às 8:25
Reunião do G7 na Itália. Foto: Reuters

A Cúpula do G7 na Itália entra no segundo e último dia nesta sexta-feira (14) com uma polêmica sobre a inclusão de uma menção ao direito ao aborto legal e seguro no documento final do encontro dos líderes dos países. Com informações do G1.

Os líderes Joe Biden (Estados Unidos), Emmanuel Macron (França), Olaf Scholz (Alemanha) e Justin Trudeau (Canadá) tentaram inserir essa frase, o que causou um conflito nos bastidores com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que insistiu na exclusão desse trecho do texto.

Giorgia Meloni, que é contra o direito ao aborto, revelou em uma biografia que sua mãe considerou interromper a gravidez quando estava grávida dela.

Vale destacar que, em abril deste ano, o governo italiano concedeu permissão a grupos antiaborto para abordar mulheres dentro de clínicas especializadas, tentando dissuadi-las de abortar.

No encontro do G7 no ano passado, o documento final defendeu o direito ao aborto seguro e legal. Este ano, no entanto, autoridades ouvidas pela agência de notícias Reuters e pelo The Washington Post indicam que a primeira-ministra Meloni conseguiu a exclusão da expressão do texto

Primeira-ministra da Itália anuncia candidatura para eleição da União Europeia | CNN Brasil
Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália — Foto: reprodução

Diplomatas americanos, franceses, canadenses e alemães pressionaram pela inclusão da frase. Segundo o Washington Post, Biden, que busca a reeleição nos EUA este ano e defende o direito ao aborto em sua campanha, chegou a ameaçar não assinar o documento se a frase não fosse incluída.

Um diplomata informou à Reuters que essa era uma questão pela qual Meloni não abriria mão, levando à exclusão da expressão. Provavelmente, o texto final terá apenas uma referência indireta, na qual os signatários reiteram os princípios defendidos no documento do ano anterior, mas sem explicitar isso em palavras.

Além disso, Macron comentou o tema com jornalistas, mencionando que na França há igualdade entre homens e mulheres, mas que essa não é uma visão compartilhada por todos no espectro político.

Em resposta a jornalistas, Meloni criticou sem citar o nome do presidente francês, afirmando que “é profundamente errado, em tempos difíceis como estes, fazer campanha eleitoral usando um fórum importante como o G7”, uma alusão à convocação de eleições legislativas por Macron em junho.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link