CV teria enviado criminosos à Ucrânia para aprender táticas de combate, aponta investigação

Atualizado em 5 de novembro de 2025 às 23:28
Philippe Marques Pinto no meio de montagem, sem camisa, segurando fuzil
Philippe Marques Pinto em foto compartilhada nas redes sociais – Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro apura viagens de Philippe Marques Pinto, ligado ao Comando Vermelho no Complexo do Salgueiro, para a Ucrânia em junho de 2023, junho de 2024 e setembro deste ano. A Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) indica que o suspeito estaria no país em um “intercâmbio” para aprender técnicas de combate.

Na semana passada, durante megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, o Comando Vermelho utilizou drones para lançar explosivos, método empregado pelo exército ucraniano contra forças russas. Em julho, a polícia apreendeu um interceptador de drones com brasão das Forças Armadas da Ucrânia.

Em vídeo publicado nas redes, Pinto aparece com uma calça camuflada e um fuzil AK-47, enviando saudações a aliados no Rio de Janeiro. “Essa aqui não é de mentira, não, essa aqui é de verdade”, afirma, ao desmontar a arma.

“É o CV puro e sem mistura. Um forte abraço para o meu mano Cafu, eterno dono da favela da Central; forte abraço para todos os irmãos que estão na correria, na luta do dia a dia.” Segundo apuração, ele teria ligação com Antônio Hilário Ferreira, o Rabicó, liderança da facção no Salgueiro, em São Gonçalo.

Philippe Marques Pinto, ligado ao Comando Vermelho no Complexo do Salgueiro, fardado e com arma
Philippe Marques Pinto, ligado ao Comando Vermelho no Complexo do Salgueiro – Reprodução

Dados deste ano na Colômbia mostram aumento de 342% no uso de drones em ataques nos primeiros cinco meses do ano, com especialistas apontando presença de mercenários colombianos em Kiev. A Polícia Civil informou que Pinto será investigado pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e pode responder por apologia ao tráfico e associação ao tráfico.

Na semana passada, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que informações de inteligência já citavam o envio de traficantes para a Ucrânia.