D, de desídia; H, de hipocrisia e M de morticínio. Por Fernando Brito

Atualizado em 12 de janeiro de 2021 às 13:45
Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello Foto: SERGIO LIMA / AFP

Originalmente publicado em TIJOLAÇO

Por Fernando Brito

O inepto general da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou ontem, afinal, a data do início da vacinação dos brasileiros contra a Covid-19.

Será, garantiu, “no dia D e na hora H’, como você vê no vídeo abaixo.

Dia “D”, de demorado, porque não temos a vacina com que se inaugurará a vacinação – a “migalha” de 2 milhões de doses “de Oxford” importadas da Índia – te temos a vacina que não poderá ser usada, por razões políticas, no início da vacinação: os milhões de doses “chinesas” guardadas no Instituto Butantã.

Hora “H” de hipocrisia, porque a análise das vacinas pela Anvisa está mergulhada num processo politizado desde antes mesmo da apresentação dos pedidos de registro de ambos os imunizantes.

Como foi – e continua sendo – atitude de bandido o charlatanismo de empurrar cloroquina e ivermectina goela abaixo dos manauaras, às voltas, de novo, com uma tragédia de grandes proporções.

Não é possível que, a esta altura, haja quem ainda leve a sério a intenção do governo em vacinar corretamente a população.

Até a Eliane Cantanhêde já percebeu que “o importante não é vacinar, é vacinar primeiro; não é ter doses para todos, basta uma única dose para a foto.”

Ninguém mais pode deixar de ver que o país está abandonado à sua desgraça, enquanto os idiotas discutem se é 65, 68 ou 78% uma eficácia que, do ponto de vista da imunização em massa é irrelevante do ponto de vista da saúde pública.

A Índia, de onde virá (virá?) a vacina importada às pressas pela Governo Federal, começa a vacinar 300 milhões de pessoas dia 16 e, para isso, as caixas frias já estão chegando aos principais centros do país. O material para a fazer-se aqui a tal “vacina de Oxford” não chegou e nem há data exata para chegar.

Vamos ficar na base da cloroquina até quando?