O depoimento do ex-chanceler lelé da cuca Ernesto Araújo na CPI da Covid nesta terça (18) tem tudo para ser bombástico.
Com seu fanatismo olavista, a confusão mental e a fala atropelada por muletas verbais, Araújo é o retrato acabado do negacionismo bolsonarista.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que cobrará o sujeito pela mobilização do Itamaraty para compra de remédios ineficazes contra o vírus e a pressão do chefe nesse sentido.
Araújo sempre foi transparente em seus desatinos e eles estão plenamente documentados.
Em evento no final de 2020, afirmou que a pandemia era uma questão “epistemológica” e não podia ser uma crise que tivesse como vítima “a verdade”.
“Nós temos, com a liderança do presidente, procurado proporcionar aos brasileiros a opção dos tratamentos, a questão que vocês acompanharam, da hidroxicloroquina, que acho que tem salvado vidas, e infelizmente algumas pessoas se recusam a reconhecer por questões políticas”, falou.
Sua gestão, entre janeiro de 2019 e março de 2021, foi marcada por ataques à China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, exportadora de insumos para a vacina.
Conseguiu fazer menção ao “comunavírus”, termo saído do esgoto da extrema-direita.
Ernesto acionou o Itamaraty para negociar cloroquina mesmo após a OMS interromper os testes com a droga e de haver um consenso em torno dos riscos nos efeitos colaterais.
Telegramas comprovavam que o MRE intermediou tratativas entre empresas brasileiras e indianas.
A viagem a Israel também será alvo do escrutínio dos parlamentares.
Ernesto, Eduardo Bolsonaro, Hélio Negão, Fábio Wajngarten e outros viajaram em março deste ano em busca do tal “spray nasal”, em fase de testes.
A comitiva custou pelo menos R$ 88,2 mil aos cofres públicos — sem contar o transporte em avião oficial. Ernesto tomou uma chamada pública histórica de seu homólogo por estar sem máscara.
Vai ter ainda de explicar a interferência dos filhos do presidente no genocídio, especialmente do “Duda”.
Será um show, no mínimo, patético.