
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) anunciou que vai encaminhar, ainda nesta terça-feira (23), uma denúncia com pedido de impeachment e uma representação criminal contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Além disso, a parlamentar informou que irá protocolar no Senado um convite para que o magistrado preste esclarecimentos sobre revelações publicadas pela colunista Malu Gaspar, do Globo.
As iniciativas também serão assinadas pelos senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES). Segundo o grupo, o objetivo é apurar possíveis irregularidades envolvendo contatos de Moraes com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, relacionados ao Banco Master, instituição que mantinha contrato de R$ 130 milhões com Viviane Barci, esposa do ministro.
Na representação criminal, os parlamentares pedem que a PGR receba a denúncia e instaure inquérito para apurar os fatos narrados na reportagem. Caso seja caracterizado o crime de advocacia administrativa, solicitam que o Ministério Público Federal adote as sanções penais cabíveis.
Em relação ao pedido de impeachment, Damares, Girão e Malta solicitam que Gonet receba a peça e que a análise de admissibilidade seja conduzida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
ELE TERÁ QUE SE EXPLICAR!
Estou entrando com três medidas diferentes para que o ilustre ministro explique esta situação pic.twitter.com/mziycNLk2a
— Damares Alves (@DamaresAlves) December 22, 2025
As conversas entre Moraes e Galípolo, segundo Daniela Lima, do Uol, teriam ocorrido em um contexto mais amplo, relacionado à aplicação da lei Magnitsky contra o ministro, sua esposa e negócios da família, bem como aos impactos da sanção sobre bancos que mantinham relações com eles. O tema foi revelado pela colunista Daniela Lima, do UOL, com base em fontes que acompanham o caso.
Os diálogos teriam ocorrido de forma presencial e por telefone, em meio à sanção imposta pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 30 de julho, posteriormente revogada pelo governo estadunidense. Naquele período, Moraes enfrentava restrições financeiras, o que o levou, por exemplo, a trocar a bandeira de seu cartão de crédito por uma com formação 100% nacional.

Segundo aliados de Moraes e de Galípolo, havia dúvidas a serem esclarecidas junto às instituições financeiras que prestavam serviços ao ministro ou ao Supremo Tribunal Federal.
Fontes próximas afirmam que o tema envolvendo o Banco Master ocupou espaço reduzido nas conversas e que não houve qualquer tipo de interferência indevida. Para esses interlocutores, sugerir pressão sobre o dono do banco, Daniel Vorcaro, “seria leviano”.
O Banco Central informou que não divulgará comunicados oficiais sobre o conteúdo das conversas mantidas nos últimos meses. De acordo com relatos atribuídos a Galípolo, os contatos ocorreram de forma amistosa e não envolveram pedidos relacionados a decisões da autoridade monetária.