Damares conversa pelo telefone com escolhido de Lula para o STF; veja os detalhes

Atualizado em 23 de outubro de 2025 às 12:26
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o advogado-geral da União, Jorge Messias. Foto: Reprodução

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) revelou ter conversado por telefone com o advogado-geral da União, Jorge Messias, apontado como o provável indicado do presidente Lula (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

O diálogo ocorreu há cerca de duas semanas e foi mediado pelo deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que é evangélico, assim como Damares e Messias.

Segundo a senadora, Cezinha ligou para ela e promoveu a conversa com Messias após entrevistas em que Damares afirmava que o chefe da AGU não representava os evangélicos, mas “um quadro jurídico de esquerda”.

Durante a ligação, o deputado apresentou o ministro como “uma pessoa do bem” e “cristã”, reforçando o fato de Messias frequentar a Igreja Batista de Brasília.

Cezinha de Madureira - PSD - Câmara dos Deputados
O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP). Foto: Reprodução

Reclamação e resposta

Durante a conversa, Damares reclamou que, apesar de também frequentar a mesma igreja, Messias nunca havia procurado contato direto com ela, mesmo após sua chegada ao Senado. Em resposta, o ministro afirmou que seu gabinete na AGU estava de portas abertas.

A senadora relatou ainda que não houve confirmação explícita de que Messias seria o escolhido de Lula para o STF. Na época, ele ainda era apenas um dos nomes cotados para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.

Mesmo após a conversa, Damares não garantiu apoio a Messias em uma eventual sabatina no Senado. Ela avalia que, se o ministro for aprovado, não será pelo fato de ser evangélico, mas sim por outros critérios políticos e jurídicos.

Além de Cezinha de Madureira, Damares e Messias têm outro interlocutor em comum: o pastor Sérgio Carazza, líder da igreja frequentada pelo ministro. Carazza foi secretário-executivo de Damares no Ministério dos Direitos Humanos durante o governo Bolsonaro e mantém diálogo com ambos.