Damares defende aulas de abstinência sexual nas escolas, critica o Popeye e o Pica-Pau e diz que vai entrar no Tinder

Atualizado em 31 de maio de 2019 às 17:55

Damares Alves deu entrevista à BBC Brasil e é o que você imagina, piorado.

Defendeu que “a abstinência fosse também um método a ser discutido em sala de aula”:

Já existem programas assim no Brasil de, por exemplo, “decidi esperar”. Existem alguns projetos no Brasil mais para retardar o início da relação sexual. Inclusive são citados estudos que falam que se eu retardo um ano o inicio da relação sexual dessa menina, eu posso salvar a vida dela. Porque nesse um ano ela pode ter se relacionado com alguém com HIV, por exemplo. É trabalhar a maturidade, é trabalhar o afeto.

Estamos vendo uma campanha muito grande do sexo pelo prazer, tão somente pelo prazer, mas voltar a falar do afeto, trazer o afeto para esse debate, acho que é o método mais eficiente para a não gravidez, não é a camisinha, não é o diu, não é o anticoncepcional, o método mais eficiente é a abstinência. Por que não falar sobre isso? Por que não falar de retardar o início da relação sexual? Eu defendo essa tese.

Tentou explicar sua fixação com desenhos animados:

Eu sou educadora e como educadora eu sempre questionei o excesso da exposição das crianças ao desenho animado. Por exemplo, Tio Patinhas, 40 anos atrás, eu era muito jovem e eu já questionava o Tio Patinhas com aquele consumo exagerado, do dinheiro pelo dinheiro, pela riqueza, né.

Depois, teve uma época que eu fui estudar o Pica-Pau. Para mim, o Pica-Pau é um desenho, hoje, ele é bonzinho diante do que tem aí. Mas naquela época era um desenho agressivo, ele é um personagem violento. Ele é um personagem arrogante, é um personagem egoísta. Eu questionava a caracterização do Pica-Pau.

E depois o Popeye e a Olivia e o Brutus, e como eles lutavam por aquela mulher. Ela era esticada, ela era um objeto e eu questionei tudo aquilo naquela época.

Mas aí veio a Frozen no momento em que falo da ideologia de gênero. Pra mim, é o desenho mais lindo que assisti nos últimos tempos. Assisti 50 vezes, eu canto a música, eu choro. Aquela história é incrível. A princesinha conquistou o mundo e tem menininhas de dois ou três anos que amam Frozen. Eu amo Frozen. Eu sou uma velha que chora com desenho animado.

Só que aí nós vimos o movimento da ideologia de gênero, de que o segundo desenho viesse forçar que ela viesse gay, que ela viesse lésbica. A minha palestra era: “olha, se vocês não concordam com isso, cuidado, a Frozen poderá vir lésbica no próximo filme. Para vocês não serem pegos de surpresa no cinema”, porque como é que você vai falar com seu filho, eu acho que é um assunto do pai, e ele tem o direito de decidir a hora de falar sobre isso com seu filho, e aí ele vai ter o seu direito usurpado numa tela e pego de surpresa. (…)

Não sabe até quando fica no governo:

Eu vou ter tanto saco para aguentar tanto deboche? Eu vou ter tanta estrutura? Ou eu vou cuidar da minha vida? Porque eu estava me aposentando, né. Então, eu interrompo a aposentadoria para edificar este ministério. Eu disse ao jornalista “quando isso aqui tiver caminhando e eu tiver saúde eu vou decidir se eu fico ou não”, mas aí ele fez a interpretação que quis. Mas, olha, pelo andar da carruagem, acho que fico mais cem anos. Porque está dando tão certo…

E está querendo entrar no Tinder:

Eu, por exemplo, sou uma família atípica. Eu sou uma mulher solteira. Solteira não, divorciada, abandonada, querendo casar. Eu até já tirei a foto para ir para o Tinder. Cortei cabelo. Eu ia para o Tinder de ministro, mas aí vi que só sobra um (risos). E eu acho que ele é divorciado. Aí eu ia para o Tinder de milionário, não pode. Tem que ter no mínimo US$ 200 milhões de dólares no fundo.