Datafolha: 57% dos brasileiros dizem que Trump está errado em defender Bolsonaro

Atualizado em 1 de agosto de 2025 às 18:45
Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: reprodução

A pesquisa Datafolha divulgada quinta-feira (31) mostra que a maioria dos brasileiros (57%) considera errada a posição do presidente estadunidense, Donald Trump, ao pedir que o Judiciário brasileiro interrompa o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O levantamento, realizado com 2.004 entrevistados em 130 municípios entre 29 e 30 de julho, aponta que 36% apoiam a postura de Trump, enquanto 7% não souberam opinar.

A pesquisa foi realizada após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, medida que Trump vinculou ao processo contra Bolsonaro. O Datafolha também investigou a percepção sobre possível perseguição judicial ao ex-presidente: 50% dos brasileiros discordam dessa ideia, enquanto 45% acreditam que Bolsonaro está sendo injustiçado.

Divisão política marca opiniões

Os números revelam forte polarização:
– Entre eleitores de Bolsonaro em 2022, 66% consideram Trump correto em sua interferência, contra apenas 13% dos apoiadores de Lula;
– Sobre perseguição judicial, 82% dos petistas rejeitam a tese, enquanto 59% daqueles com renda entre 5 e 10 salários mínimos acreditam nela;
– Homens (48%) são mais propensos que mulheres (41%) a enxergar perseguição a Bolsonaro.

Jair Bolsonaro, ex-presidente e réu por tentativa de golpe de Estado. Foto: reprodução

Preocupação econômica e estratégias

Quase 9 em cada 10 brasileiros (89%) acreditam que as tarifas estadunidenses trarão prejuízos à economia nacional, sendo que 66% esperam impactos significativos. A preocupação é majoritária tanto entre eleitores de Bolsonaro (92%) quanto de Lula (87%).

Sobre como o Brasil deve responder:
– 72% defendem negociação para reverter a decisão;
– 15% apoiam retaliação com taxação equivalente;
– Apenas 6% sugerem aceitar todas as exigências de Trump.

O STF aceitou em março a denúncia da PGR contra Bolsonaro e sete aliados por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. O ex-presidente responde por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.