Datafolha: 76% no Rio querem Exército nas ruas contra a violência

Atualizado em 1 de novembro de 2025 às 19:50
Suspeitos conduzidos pela polícia em ação contra o Comando Vermelho no Complexo da Penha (RJ). Foto: Mauro Pimentel/AFP

Pesquisa divulgada neste sábado (1º) pelo institutuo Datafolha mostra que 76% dos moradores da cidade do Rio de Janeiro e da região metropolitana defendem a participação do Exército na segurança pública. O levantamento foi realizado após a “Operação Contenção”, a mais letal da história do país, com 121 mortos. Com informações da Folha de S.Paulo.

O estudo ouviu 626 pessoas com 16 anos ou mais, nos dias 30 e 31 de outubro, por telefone. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. Além disso, 72% dos entrevistados acreditam que as Forças Armadas deveriam ter participado da operação.

A pesquisa também revelou que 66% da população defende mudanças na legislação para ampliar as responsabilidades do governo federal na segurança pública. Entre os que avaliaram a megaoperação como mal executada, o apoio a essa mudança chega a 77%.

Militares durante operação em comunidade do Rio de Janeiro em 2018. Foto: Mauro Pimentel/AFP

A opinião favorável à presença militar é majoritária entre diferentes grupos políticos. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, 55% apoiam a atuação do Exército; entre os que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o índice sobe para 75%.

A discussão sobre a divisão de responsabilidades entre o Estado e a União ganhou força após o governador Cláudio Castro (PL) reclamar da falta de apoio federal. Castro afirmou ter solicitado, no início do ano, blindados da Marinha, pedido negado pelo governo federal por não haver decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Entre os entrevistados que avaliam a gestão de Castro como ótima ou boa, 86% defendem a presença do Exército nas ruas. Mesmo entre os que classificam o governo como ruim ou péssimo, 64% apoiam a medida. Já entre os que consideraram a operação bem executada, o índice de aprovação da participação militar chega a 84%.

A presença das Forças Armadas no Rio tem precedentes marcantes, como as ações durante a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016 e a intervenção federal de 2018, sob o comando do general Walter Braga Netto. Também ocorreram operações em regiões como Alemão e Penha em 1995 e 2010.