Datafolha: aprovação de Lula bate recorde no ano e reprovação tem queda

Atualizado em 11 de setembro de 2025 às 16:30
Lula, presidente do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

A nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (11), mostra uma recuperação na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento indica que a aprovação ao governo subiu para 33%, o melhor índice do ano, aproximando-se da reprovação, que está em 38%. Outros 28% dos entrevistados avaliaram a gestão como regular.

Os números surgem em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) pela trama golpista e à escalada da crise diplomática após declarações do presidente estadunidense Donald Trump em defesa do aliado brasileiro.

A sondagem foi realizada nos dias 8 e 9 de setembro, com 2.005 entrevistas em 113 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa confirma um movimento de recuperação de Lula após meses de desgaste.

Em dezembro de 2024, o petista tinha 35% de ótimo/bom, 34% de ruim/péssimo e 29% de regular. Pouco depois, em fevereiro de 2025, os números caíram para o pior patamar de seus três mandatos, com 24% de aprovação, 41% de reprovação e 32% de avaliação regular.

A partir daí, a curva se estabilizou até julho, quando a aprovação foi medida em 29%, a reprovação em 40% e o índice regular em 29%. Naquele momento, o Palácio do Planalto ainda apostava na campanha Brasil Soberano para reverter o impacto do tarifaço imposto por Trump, que elevou impostos de importação sobre produtos brasileiros.

A medida, justificada pelo governo estadunidense como reação a supostas perseguições a Bolsonaro, atingiu setores como o agronegócio e a indústria.

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A virada recente, que leva Lula a seu melhor resultado em 2025, ocorre logo após a visibilidade do 7 de Setembro e da retomada do julgamento de Bolsonaro no STF. Analistas políticos avaliam que o contraste entre os números atuais do petista e os de Bolsonaro, agora réu por tentativa de golpe, favorece o presidente. Quando estava na mesma altura de mandato, Bolsonaro tinha apenas 22% de aprovação e 53% de reprovação, com 24% de avaliação regular, segundo o mesmo instituto.

O Datafolha também perguntou sobre a aprovação pessoal do trabalho de Lula como presidente. O índice de aprovação subiu de 46% em julho para 48%, enquanto o percentual dos que o desaprovam caiu de 50% para 48%. Esse resultado mostra uma tendência de estabilização em patamar mais equilibrado, com Lula deixando de ser visto por ampla maioria de forma negativa.

Os recortes regionais e sociais seguem o padrão histórico da trajetória do petista. A aprovação é maior entre nordestinos (45%), pessoas com menor escolaridade (40%), eleitores com idade entre 45 e 59 anos (40%) e famílias de menor renda (39%).

A reprovação é mais elevada entre moradores do Sul (52%), evangélicos (52%), cidadãos com ensino superior (46%) e pessoas com renda acima de dois salários mínimos (de 47% a 51%).

Dois movimentos chamam atenção na pesquisa. Lula avançou em seu reduto tradicional, o Nordeste, passando de 38% para 45% de ótimo/bom. Mas também cresceu em um segmento normalmente associado a Bolsonaro: os evangélicos. Entre eles, a aprovação do petista subiu de 18% para 27%.

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Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.