Datena faz picadinho de Bolsonaro no Brasil Urgente, critica fala golpista e o aconselha a parar de imitar Trump

Atualizado em 8 de janeiro de 2021 às 8:09
Datena no programa desta quinta-feira, 7/12/2020. Foto: reprodução da TV

Apresentador do policialesco Brasil Urgente, de grande audiência nas classes populares, José Luiz Datena detonou Jair Bolsonaro por apoiar o decadente e derrotado Donald Trump, que ele definiu como “presidente pequeno, insignificante”.

Também criticou Bolsonaro por atacar o sistema eleitoral. “Não entendo por que o presidente Jair Bolsonaro disse isso, já praticamente chamando um golpe para 2022. Presidente, isso é um absurdo, uma comparação esdrúxula, que não existe.”

Datena, que é jornalista, disse que Trump tem mente doentia e aconselhou Bolsonaro a trocar de ídolo. Bolsonaro já teve espaços generosos no Brasil Urgente – o titular do Planalto parecia preferir Datena para se comunicar com seu público.

O apresentador da Band comentou, em sua fala de caráter editorial:

“Apesar de ter defeitos, a democracia ainda é o melhor regime que existe segundo Winston Churchill. Esse presidente [Trump] pequeno, insignificante, levou parte da nação a cometer crimes terríveis dentro da casa sagrada do povo, que é o Congresso norte-americano. Ele não tem nem apoio do partido, da imprensa, de mais ninguém, a não ser da sua mente doentia e merecia ser punido”.

Datena advertiu Bolsonaro de que, ao criticar o sistema eleitoral no Brasil, cospe no prato em que comeu:

“Primeiro, o senhor deveria parar de defender esse cidadão que tem uma mente doentia. Um lunático esse Donald Trump. Essa é a grande realidade. Em segundo lugar, presidente, se não fosse a democracia que o senhor contesta, se houvesse fraude nas eleições, o senhor não teria sido eleito presidente da República”.

Por fim, cobrou responsabilidade de Bolsonaro:

“Outra coisa, o senhor precisa pensar bem naquilo que fala porque o que fala hoje, tem que sustentar amanhã. Não adianta o senhor falar uma bobagem hoje e, no outro dia, colocar na boca da imprensa. Isso não cola mais. Acho melhor o senhor trocar de ídolo”.

Com popularidade em queda nas pesquisas, Bolsonaro caminha para o isolamento, com uma diferença em relação a Trump. Este, se não for removido imediatamente da Casa Branca e talvez preso, tem apenas 12 dias de mandato.

Já Bolsonaro ainda tem dois anos de presidência. Se também não removido por um processo de impeachment ou uma ação criminal autorizada pela Câmara dos Deputados, tem pela frente quase dois anos de presidência.

É tempo demais para um presidente que perde apoio até em programas populares.

Talvez só lhe reste Sikêra Jr. e aquele personagem com cabeça de burro. Ou talvez nem isso.