Davos resiste à visão bolsonarista sobre agronegócio e meio ambiente. Por Kennedy Alencar

Atualizado em 21 de janeiro de 2019 às 22:16
Jair Bolsonaro. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Publicado originalmente no Blog do Kennedy

A reação da plateia ao discurso de Jair Bolsonaro será o melhor termômetro para medir o sucesso da viagem do presidente ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça.

Obviamente, há interesse da plateia na proposta econômica em geral e na reforma da Previdência em particular. Aliás, sobre essa reforma, falta clareza e sobram balões de ensaio.

Bolsonaro promete falar bem do agronegócio brasileiro. O seu governo tem ala hostil à preservação do meio ambiente, como se a proteção fosse uma trava econômica _visão simplista que não é compartilhada por boa parte desse fórum que teve início em 1971 e reúne grandes figuras dos setores público e privado de todo o planeta. É recomendável que Bolsonaro adote tom cauteloso.

O presidente brasileiro discursará nesta terça. Depois, responderá a questionamentos de integrantes de um encontro cujo tema é “Globalização 4.0”. Esse assunto causa arrepios nos que veem um “marxismo globalista” tomando conta do mundo.

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Público amistoso

O ministro Paulo Guedes (Economia) deve apresentar propostas de agrado da plateia. A reação à fala dele, mais detalhada do que a de Bolsonaro, também será um bom termômetro do êxito ou fracasso da viagem.

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Avalista-mor

Sergio Moro (Justiça) é o ministro que avaliza moral e eticamente o governo Bolsonaro. Está em Davos cumprindo esse papel enquanto no Brasil a situação de Flávio Bolsonaro vai se complicando, sobretudo com depósitos fracionados vistos por Moro, no passado, como indicativo de lavagem de dinheiro num livro que o ex-juiz federal escreveu.

Atualmente, o ministro da Justiça tem falado pouco sobre o tema.