
Aos 82 anos, o cantor Milton Nascimento foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy (DCL), o terceiro tipo mais comum de demência, atrás do Alzheimer e da demência frontotemporal. A informação foi confirmada por seu filho e empresário, Augusto Nascimento.
O que é a demência por corpos de Lewy?
A DCL é uma condição neurodegenerativa que provoca a perda de células nervosas no cérebro. Ela compartilha sintomas com o Alzheimer e o Parkinson, mas tem sinais próprios que dificultam o diagnóstico. Entre eles estão alucinações visuais, alterações cognitivas, depressão e distúrbios do sono. Também podem ocorrer tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e quedas frequentes.
Segundo o Manual MSD, a doença afeta funções como atenção, memória, digestão e até a regulação da pressão arterial. O quadro é progressivo e não tem cura, mas o tratamento busca reduzir os impactos e manter a qualidade de vida.
Como a doença se desenvolve?
A demência por corpos de Lewy está associada ao acúmulo da proteína alfa-sinucleína, que forma massas chamadas “corpos de Lewy” dentro das células nervosas. Essa proteína também está presente em casos de Parkinson e pode coexistir com alterações típicas do Alzheimer.
“São substâncias que deixam de ser excretadas do tecido e tais ações evoluem para a doença. Distúrbios comportamentais do sono já podem ser um prenúncio da demência de corpos de Lewy”, explica ao Metrópoles o neurologista Custódio Michailowsky Ribeiro, do Hospital Albert Sabin (HAS).
Movimentos bruscos durante os sonhos, como chutar ou gritar, podem ser sinais de risco aumentado para o desenvolvimento da doença.
Risco aumentado em Milton Nascimento
Entre os principais fatores de risco estão a idade acima de 60 anos e o histórico familiar de Parkinson ou demência. No caso de Milton, ele já convivia com o diagnóstico de Parkinson há dois anos, segundo seu filho.
Especialistas ressaltam que, embora não exista cura, o diagnóstico precoce e o acompanhamento multidisciplinar ajudam a mitigar sintomas e a oferecer mais autonomia ao paciente diante da evolução inevitável da doença.
