DCM e MST selam parceria para divulgação de livros e eventos

O DCM iniciou uma parceria com o Movimento dos Sem Terra. Nosso objetivo é proporcionar ao nosso público uma melhor compreensão sobre como funciona o MST, reconhecidamente um dos maiores e mais ativos movimentos populares do mundo e aproximar nossos leitores e espectadores das ideias e ideais do grupo liderado por João Pedro Stédile.

Entre outras iniciativas, dentre as quais excursões promovidas pelo DCM para a Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes, está o oferecimento de livros da Editora Expressão Popular, braço editorial da organização campesina, para o público que acompanha as lives de nosso canal no YouTube.

Para falar sobre a editora, o canal recebeu na última quinta-feira (30/06) o seu coordenador político, Carlos Bellé, que contou um pouco da história da Expressão Popular, que nasceu em 1999 como voz que visava contradizer o discurso neoliberal, preponderante na época.

“Foi uma iniciativa do Movimento dos Sem Terra, quando havia uma hegemonia ideológica do neoliberalismo”, relembrou Bellé sobre as ideias que motivaram a fundação da editora. “Os debates associados à classe trabalhadora estavam considerados derrotados”.

O MST identificou a necessidade de publicar materiais para refletir sobre a efervescência dos movimentos populares na época dos governos FHC, tais como a Marcha a Brasília, que levou 100 mil pessoas à Esplanada dos Ministérios em protesto contra a política agrária da gestão tucana e para relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás., ou a criação da Consulta Popular, em 1999.

“Era um tal de cópias, de xerox, de cartilhas e faltava um elemento que valorizasse o estudo no livro”, recordou Bellé sobre o período.  A publicação de livros foi a solução encontrada pelo movimento social para preparar teoricamente sua militância para resolver os problemas políticos ideológicos atinentes à sua formação e organizar melhor seu trabalho de base.

Passados 23 anos de sua fundação, a editora tem como objetivo a formação cultural plena de seus leitores, por isso seu catálogo extrapola os limites dos assuntos técnicos e políticos e abrange a literatura, a publicação de biografias e até livros voltados para o público infanto-juvenil.

Em seu catálogo também há obras sobre temas caros ao MST, tais como agricultura e ecologia. A editora possui títulos de uma das maiores especialistas em manejo ecológico do solo, a engenheira agrônoma austríaca radicada no Brasil Anna Maria Primavesi.

CATÁLOGO DA EXPRESSÃO POPULAR

Entre outros livros publicados pela editora Expressão Popular, cujo catálogo pode ser encontrado nesse link, podemos encontrar desde obras como “Guerras Híbridas – das revoluções coloridas aos golpes”, de Andrew Korybko, em que o autor detalha o modus operandi do neogolpismo que se popularizou mundo afora (e chegou ao Brasil em 2013, no que desembocou na derrubada da presidenta Dilma Rousseff) como textos clássicos da esquerda, como “Esquerdismo – doença infantil do comunismo”, publicado por Lenin em 1920, passando por livros infanto-juvenis como “De onde vem nossa comida” e “Suzana e o mundo do dinheiro” e biografias, como as do cantor Victor Jara, de D. Paulo Evaristo Arns e da filha de Karl, Eleonora Marx.

CLUBE DO LIVRO

Cinco anos atrás, pretendendo criar uma base de leitores que, ao pagar uma mensalidade, ajudassem a financiar a expansão do projeto, foi criado o Clube do Livro.

O clube, que pode ser acessado clicando aqui,  possui três categorias de membro: o leitor militante, o leitor solidário e o leitor apoiador. Todos têm direito ao kit do mês, que inclui contém: dossiê mensal do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, um marcador de página, um postal personalizado e um pôster exclusivo e o livro do mês. O membro que optar pelas categorias “Leitor Solidário” e o Leitor Apoiador, poderão ainda escolher um segundo livro.

No mês de julho, o livro do kit será “Ruy Mauro Marini -Vida e Obra”, a biografia de um  intelectual que contrapôs-se a Teoria da Dependência formulada por Fernando Henrique Cardoso.

Veja a partir das 2h30’25” a entrevista de Carlos Bellé concedida ao DCM TV: