De 38 mortos pela PM na Baixada Santista em fevereiro, 27 eram negros

Atualizado em 9 de março de 2024 às 15:29
Levamento de mortes de negros foi apontada por Ouvidoria. Foto: SSP

Um levantamento realizado pela Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo indica que, das 39 pessoas mortas pela Polícia Militar na Baixada Santista em fevereiro, pelo menos 27 eram negras. Esse estudo foi baseado nos registros de ocorrência da ação, que teve início após a morte de um agente da Rota, tropa de elite da PM. Entre as vítimas localizadas, 24 eram pardas e três pretas, enquanto apenas quatro eram brancas.

O ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Silva, atribui esse alto índice de pessoas negras mortas à presença do racismo estrutural na sociedade, destacando que tais ações tendem a afetar predominantemente pessoas pretas, pobres e periféricas.  “Precisamos tomar medidas para proteger essas pessoas. É reflexo de um racismo estrutural na sociedade que também afeta a PM”, acrescentou.

Em resposta, a Secretaria da Segurança Pública afirma que os agentes atuam sem distinção racial, de gênero ou cor, enfatizando o combate ao racismo e outros crimes de intolerância por meio da disciplina de Direitos Humanos na formação de policiais civis e militares. Além disso, destaca a participação da PM paulista em atividades acadêmicas no grupo de trabalho “Movimento Antirracista: Segurança do Futuro”.

Entidades brasileiras planejam denunciar o governo de São Paulo na ONU por violência policial, alegando operações que violam direitos básicos, com impacto desproporcional sobre negros e pobres. Há também cobranças para que todos os responsáveis por abusos durante as operações sejam investigados e punidos, incluindo os comandantes, além do uso de câmeras corporais em todos os agentes de segurança no estado.

Guilherme Derrite falando com expressão séria, com agentes atrás
Guilherme Derrite é Secretário de Segurança Pública de São Paulo no governo Tarcísio de Freitas – Reprodução

Moradores da Baixada Santista contestam a versão das forças policiais, alegando casos de tortura e assassinatos durante as ações. O Ministério Público monitora essas atividades, enquanto o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, nega qualquer excesso durante a Operação Escudo, realizada no ano passado na região e que resultou em 28 mortes.

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