De 6 presidenciáveis que assinaram carta pela democracia, 5 apoiaram Bolsonaro em 2018

Atualizado em 2 de abril de 2021 às 10:38
Ciro, que pula de galho em galho, fingiu que não apoiou viajando para Paris

Ciro Gomes finalmente assumiu seu espaço no tabuleiro político nacional.

E é junto à direita mais encardida, com Luciano Huck, João Doria, Luiz Mandetta, João Amoedo e Eduardo Leite.

O líder do PDT, que insiste em se dizer representante da esquerda, ajudou seus pares na construção de um texto que poderia ser confundido com a tábua dos 10 Mandamentos do conservadorismo para tentar, mais uma vez, utilizando o recurso das urnas, sem ter de lançar mão de golpe de Estado, chegar ao poder.

O texto, divulgado nesta quarta-feira, 31, em meio às crises da pandemia e militar, diz que é preciso defender o Brasil.

Fala na proteção da democracia, em liberdade de opinião e diz que a Constituição é o farol da patota.

Nenhuma palavra sobre Bolsonaro e os desmandos que o capitão comete dia sim, outro também.

Aliás, uma injustiça não convidar o mandatário para integrar o grupo já que Bolsonaro, com exceção de Ciro que estava em Paris, recebeu apoio de todos os demais no segundo turno da eleição de 2018.

Moro também foi escanteado. O grupo tem pavor de ter de enfrentar o ex-juiz de Maringá nas urnas.

“Homens e mulheres desse país que apreciam a LIBERDADE, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA. Vamos defender o Brasil”, finaliza o documento.

Ciro continua sonhando com as migalhas da direita que possam lhe cair no colo, confiando que neste espaço não há gente suficientemente capacitada para organizar e liderar um movimento consistente rumo ao Palácio do Planalto.

O mais provável é dar, novamente, com os burros n´água.

Afinal, como ensina o adágio popular, macaco que pula de galho em galho toma chumbo.

Leia a íntegra do documento.

MANIFESTO PELA CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA

Muitos brasileiros foram às ruas e lutaram pela reconquista da Democracia na década de 1980. O movimento “Diretas Já”, uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque, possibilitou a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, a volta das eleições diretas para o Executivo e o Legislativo e promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada.
A conquista do Brasil sonhado por cada um de nós não pode prescindir da Democracia. Ela é nosso legado, nosso chão, nosso farol. Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores.
Não há Democracia sem Constituição. Não há liberdade sem justiça. Não há igualdade sem respeito. Não há prosperidade sem solidariedade.
A Democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar. Liberdade de expressão, respeito aos direitos individuais, justiça para todos, direito ao voto e ao protesto. Tudo isso só acontece em regimes democráticos. Fora da Democracia o que existe é o excesso, o abuso, a transgressão, o intimidamento, a ameaça e a submissão arbitrária do indivíduo ao Estado.
Exemplos não faltam para nos mostrar que o autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos.
Homens e mulheres desse país que apreciam a LIBERDADE, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA. Vamos defender o Brasil.

CIRO GOMES,
EDUARDO LEITE,
JOÃO AMOEDO,
JOÃO DORIA,   
LUCIANO HUCK,
LUIZ HENRIQUE MANDETTA