
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo aos Estados Unidos nesta sexta-feira (5) para reduzir as tensões no Caribe e evitar um “conflito militar de grande impacto”. Vestido de farda militar, o líder chavista acusou o governo Donald Trump de tentar promover uma “mudança violenta de regime” no país e reiterou que Caracas irá se defender em caso de ataque.
A fala ocorreu horas depois de Trump autorizar as Forças Armadas americanas a abater caças venezuelanos que ameacem navios de guerra dos EUA na região. Na quinta-feira (4), dois jatos venezuelanos sobrevoaram o destróier USS Jason Dunham, mobilizado em operações contra o narcotráfico. O Pentágono classificou a ação como “altamente provocativa” e enviou 10 caças F-35 para a base de Porto Rico.

Washington também reforçou a presença militar no Caribe, onde mantém sete embarcações e um submarino nuclear de ataque rápido. Segundo fontes ouvidas pela CNN, Trump avalia opções que incluem bombardeios a alvos venezuelanos ligados a cartéis de drogas, numa escalada que pode ampliar o risco de confrontos diretos. O ataque a um navio venezuelano que deixou 11 mortos em agosto foi descrito como “apenas o começo” por autoridades americanas.
Em resposta, Maduro chamou a ofensiva dos EUA de “beco sem saída” e negou as acusações de envolvimento com o narcotráfico. Ele também criticou a recompensa de US$ 50 milhões oferecida por Washington por sua captura e defendeu que a Venezuela sempre esteve disposta ao diálogo, exigindo, no entanto, “respeito à soberania e ao povo”.
Trump, por sua vez, voltou a dizer que não busca uma mudança de regime, mas classificou a reeleição de Maduro como “estranha” e acusou Caracas de enviar drogas e criminosos para os EUA. O governo americano sustenta que Maduro lidera o Cartel de Los Soles, acusação que o presidente venezuelano rejeita categoricamente.
A crise militar entre EUA e Venezuela ocorre em meio ao aumento da presença chinesa e russa na América Latina e pode afetar diretamente a estabilidade regional. Especialistas avaliam que a escalada no Caribe representa o episódio mais tenso entre Washington e Caracas desde a crise diplomática de 2019, quando os EUA reconheceram Juan Guaidó como presidente interino. As informações são do g1.