De mãe jovem a nome temido: quem é Evelyn “Porcelana”, a mulher ligada ao CV

Atualizado em 1 de novembro de 2025 às 18:45
Investigada por apoiar fuga em presídio de Roraima lamenta morte de amigo do CV

Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos, conhecida como “Porcelana”, é investigada pela Polícia Civil de Roraima por suspeita de apoiar a fuga de quatro integrantes do Comando Vermelho (CV) do maior presídio do estado. Condenada por tráfico de drogas e posse ilegal de armas, ela deveria cumprir pena em regime semiaberto domiciliar, em Manaus, mas foi alvo de mandados de busca por ter viajado ao Rio de Janeiro sem autorização judicial, segundo a polícia.

Um dia após a megaoperação policial que deixou mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio, Evelyn publicou nas redes sociais uma mensagem lamentando a morte de Francisco Myller Moreira da Cunha, conhecido como “Gringo” ou “Suíça”, apontado como um dos chefes do CV no Amazonas. “Vai nos fazer muita falta”, escreveu ela. O g1 informou que a Justiça de Roraima e do Amazonas ainda não esclareceram se a jovem é considerada foragida por descumprir o monitoramento eletrônico.

A investigação sobre a fuga, conduzida pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), aponta que “Porcelana” e o então namorado, Thiago Lima dos Santos — o “TH da Zona Leste”, um dos líderes do CV no Amazonas morto em julho — enviaram dinheiro para ajudar os fugitivos a chegar ao estado. Segundo a polícia, o casal fazia parte de uma rede de apoio que oferecia abrigo, transporte e suprimentos aos criminosos.

Além dela, outras 13 pessoas são investigadas por dar suporte logístico e financeiro aos foragidos, incluindo uma enfermeira. O delegado Wesley Oliveira afirmou que os suspeitos compraram alimentos e combustível para manter os criminosos escondidos em áreas de mata e abastecer a lancha usada na tentativa de fuga por rio até o Amazonas. Todos os quatro fugitivos já foram recapturados, e a investigação segue em andamento.

A jovem Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos — Foto: Reprodução/Instagram

Evelyn foi condenada em 2023 a cinco anos de prisão em regime semiaberto após ser presa em flagrante no bairro Canarinho, em Boa Vista, com o então companheiro. A polícia apreendeu 1,7 kg de cocaína, 32 g de maconha, duas armas e 45 munições de calibre 9 mm. Após a condenação, a defesa pediu que ela cumprisse a pena em Manaus, onde vivem suas duas filhas pequenas. O pedido foi aceito pela Justiça em janeiro deste ano.

O caso de “Porcelana” ganhou novo destaque após sua manifestação pública sobre o chefe do CV morto no Rio, em meio à maior operação policial da história do país. As autoridades de Roraima afirmam que investigam o paradeiro da jovem e se ela violou as condições do regime semiaberto. O caso também expõe as conexões entre lideranças do Comando Vermelho no Norte e as facções que atuam no Rio de Janeiro.