De Moro à promotora bolsonarista, o que acontecerá com os agentes da extrema direita. Por Moisés Mendes

Atualizado em 2 de novembro de 2019 às 8:06
Nos últimos dias, Bolsonaro e Moro trocaram elogios em público. Mas reaproximação é incerta
Foto: Presidência da República

Todos eles foram colocados sob suspeita e um deles (o filho de Bolsonaro) será denunciado formalmente por pregar a volta da ditadura.

Todos têm envolvimento com posições, atitudes e delitos da direita e da extrema direita. Alguém acredita que corregedorias, conselhos de ética ou mesmo o Supremo irão enquadrá-los?

Eu já antecipo. A segunda turma do STF vai enquadrar Sergio Moro com um voto histórico do ministro Celso de Mello. Sim, será um voto histórico e devastador para os conluios da Lava-Jato.

Eis as figuras que acham que falam e fazem o que bem entendem porque estariam protegidas pela direita em todas as instituições:

Carmen Eliza Bastos de Carvalho, promotora bolsonarista, era da equipe do caso Marielle. Desqualificou o depoimento do porteiro do condomínio onde moram Bolsonaro e o matador de Marielle. Hoje, pediu pra sair. E basta que saia?

Eduardo Bolsonaro, o filho, que já defendeu a invasão do Supremo e agora defende a volta da ditadura e a perseguição das esquerdas com a restauração do AI-5. Pode perder o mandato? Duvido.

Deltan Dallagnol, o procurador do powerpoint, que ataca o Supremo, desqualifica políticos, acaba por depreciar o próprio MP e defende descaradamente a direita. Pode ser afastado da Lava-Jato ou do MP? Duvido.

Sergio Moro, o ex-juiz, chefe de Dallagnol, que condenou Lula sem provas e virou ministro de Bolsonaro. Não perde mais nada porque é ex-juiz. Mas seus processos na Lava-Jato serão anulados e Lula será libertado.