
Neste domingo, milhares de brasileiros tomaram as ruas em defesa da soberania nacional, da democracia e contra a agenda da extrema direita. Os atos ocorreram em todas as regiões do país e reuniram movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos e artistas, reforçando um recado coletivo contra a anistia a golpistas e contra a chamada “PEC da Blindagem”, que busca proteger parlamentares de processos judiciais. Em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, as concentrações reuniram multidões que entoaram palavras de ordem e se uniram em caminhadas por pontos simbólicos.
Na orla de Copacabana, no Rio, o clima foi de resistência cultural. O público acompanhou apresentações de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan, Paulinho da Viola e outros grandes nomes da música brasileira. Em São Paulo, a Avenida Paulista ficou lotada de manifestantes que levaram faixas, camisetas e cartazes lembrando os riscos de retrocessos democráticos. Já em Brasília, o ato começou no Museu da República e seguiu em caminhada até o Congresso Nacional, cobrando dos senadores a rejeição da proposta que dificulta investigações contra políticos.
Em São Paulo, a manifestação tomou a avenida Paulista.

Além das mobilizações nas principais cidades brasileiras, registros também mostraram atos solidários no exterior. Grupos de brasileiros em Londres, Lisboa e Paris organizaram encontros para manifestar apoio ao movimento no Brasil. Em Salvador, a presença de Daniela Mercury no trio elétrico atraiu atenção, enquanto em Belo Horizonte a cantora Fernanda Takai se juntou ao coro por democracia. Em outras capitais, como Maceió e Vitória, artistas locais também marcaram presença, dando tom cultural às manifestações.
Os protestos, realizados sob forte calor em várias cidades, deixaram claro o sentimento de que não há espaço para retrocessos ou acomodações com práticas autoritárias. Frases como “1964 nunca mais” e “sem anistia” ecoaram em diferentes pontos do país, reforçando o recado de que a sociedade civil segue mobilizada para impedir qualquer tentativa de blindagem de políticos ou de perdão a quem atentou contra a democracia.
O ponto negativo ficou para Santa Catarina, estado cujas lideranças são majoritariamente de extrema-direita. Para impedir a manifestação popular, o governador Jorginho Mello mandou a polícia bloquear a ponte Hercílio Luz, que dá acesso à capital Florianópolis, numa demonstração de autoritarismo e despreparo. O resultado, porém, foi atrair a atenção do país para o modo de agir da extrema-direita, adepta do vale tudo político.