De novo, Fachin se colocou como obstáculo para a justiça no caso Lula. Por Moisés Mendes

Atualizado em 5 de agosto de 2020 às 11:37
Lula

A homologação e a divulgação da delação de Antonio Palocci contra Lula, sem provas, a poucos dias da eleição de 2018, configuraram algumas das atitudes mais criminosas de Sergio Moro na Lava-Jato.

A 2ª Turma do Supremo decidiu hoje que a delação contra Lula não tem valor algum no processo que apura se foi propina a doação da Odebrecht do terreno para a construção do Instituto Lula (a doação da sede do instituto de Fernando Henrique pelas empreiteiras nunca esteve sob suspeita).

A delação agora anulada foi divulgada seis dias antes do primeiro turno da eleição de 2018, quando Moro já estava com a vida encaminhada como futuro ministro de Bolsonaro.

Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski disseram que Moro tentou criar um fato político e por isso a delação não vale nada.

Mendes observou que Palocci fez o acordo e Moro esperou três meses para só então homologar a delação e depois divulgá-la para os amigos da imprensa perto da eleição.

Impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa, Lula foi substituído por Haddad.

E quem discordou dos outros dois ministros na votação? Sim, ele mesmo, Edson Fachin. Carmen Lúcia e Celso de Mello não participaram da votação.

E o que vai acontecer com Sergio Moro? Está a caminho do fim como justiceiro no desfecho do processo da suspeição, que terá o voto decisivo do ministro Celso de Mello. Aguardemos.