
O grupo suprapartidário “Direitos Já! Fórum pela Democracia” se reuniu na noite de segunda-feira (4), em São Paulo, para discutir a organização de um novo ato público pela defesa da democracia. O encontro contou com representantes de 13 partidos políticos e integrantes da sociedade civil, e teve como pauta central a mobilização para o evento marcado para 15 de setembro no teatro TUCA, na capital paulista.
A data escolhida marca o Dia Internacional da Democracia e será usada como plataforma para a apresentação de um manifesto em defesa da soberania nacional e do Estado Democrático de Direito. Estão sendo convidados para o ato governadores, senadores e deputados federais.
A reunião ocorreu em um apartamento na cidade de São Paulo e contou com a presença de nomes de partidos como PT, PSDB, PSOL, PDT, PCdoB, PSB, MDB, PSD, Podemos, Cidadania, Avante, Rede e PV. Entre os presentes, estava o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, que já integrou o governo Lula e tem atuado como interlocutor institucional em pautas democráticas.
Durante a conversa, foi definida a defesa da construção de candidaturas conjuntas para o Senado em cada estado, como estratégia para impedir o crescimento da bancada bolsonarista na Casa. O grupo avalia que o avanço da extrema direita no Senado pode criar condições para abertura de processos de impeachment contra ministros do STF.

“Asegurar uma maioria de senadores cuja trajetória de vida se paute pelo compromisso inabalável com o Estado Democrático de Direito é um imperativo histórico frente ao projeto autoritário em curso no Brasil e no mundo”, afirmou Fernando Guimarães, coordenador-geral do Direitos Já. Ele destacou ainda que o campo democrático não deve se dividir em mais de duas candidaturas por estado.
Após o evento de setembro, o grupo pretende realizar uma série de encontros com lideranças partidárias e da sociedade civil para aprofundar a articulação em torno das eleições de 2026. O objetivo é construir uma frente ampla capaz de preservar a democracia institucional no país.
A preocupação dos organizadores é com a crescente articulação bolsonarista no Congresso Nacional, que vem reagindo com obstruções legislativas à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, decretada pelo STF. A avaliação é de que o Senado se tornou um ponto estratégico para os setores mais conservadores.
O ato no TUCA será, segundo os organizadores, o ponto de partida de uma nova fase do grupo, voltada para mobilização nacional e construção de uma aliança ampla capaz de barrar retrocessos e assegurar compromissos com a Constituição de 1988.