
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) publicou nas redes sociais uma mensagem de agradecimento e bajulação ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, conhecido por seu perfil autoritário e por restringir liberdades civis e de imprensa em seu país. Orbán está no poder desde 2010, após um primeiro mandato entre 1998 e 2002, e é um dos principais aliados ideológicos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A manifestação de Carlos ocorreu após um encontro entre Orbán e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), realizado em Washington, nos Estados Unidos, onde o filho “03” do ex-presidente está fugido desde o início de 2025, quando deixou o Brasil durante as investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado contra seu pai.
O premiê húngaro publicou no X uma mensagem de apoio à família Bolsonaro, classificando-os como vítimas de “perseguição política”. “Encontrei-me com Eduardo Bolsonaro em Washington. Apoiamos firmemente os Bolsonaro nestes tempos difíceis, amigos e aliados que nunca desistem. Continuem lutando: perseguições políticas não têm lugar na democracia, a verdade e a justiça devem prevalecer”, escreveu Orbán.
Pouco depois, Carluxo compartilhou a publicação e respondeu com elogios ao ditador húngaro, afirmando que ele e a família permanecem unidos “apoiando o pai”, preso em regime residencial desde setembro de 2025 por crimes relacionados à tentativa de golpe.
“Primeiro-ministro Viktor Orbán, agradecemos mais uma vez a sua consideração para com meu irmão, que foi perseguido e agora vive exilado do Brasil. Permanecemos unidos aqui, apoiando nosso pai, que continua ilegalmente preso e sujeito a constantes torturas”, escreveu o vereador em seu perfil.
Carlos ainda acrescentou uma mensagem pessoal, reforçando a deferência ao premiê: “Permita-me enviar-lhe um caloroso abraço em nome dele. Desejamos-lhe sucesso e agradecemos profundamente a sua atenção e gentileza para com a nossa família”.
– Prime Minister @PM_ViktorOrban , we once again thank you for your consideration toward my brother, who has been persecuted and now lives in exile from Brazil. We remain united here, supporting our father, who continues to be illegally imprisoned and subjected to constant… https://t.co/kEdMgcD7lS
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) November 7, 2025
A afinidade entre a família Bolsonaro e Viktor Orbán não é nova. O líder húngaro já havia se encontrado com Jair Bolsonaro em 2022, quando os dois promoveram discursos com pautas ultraconservadoras e ataques a instituições democráticas.
No ano seguinte, Orbán ofereceu refúgio ao ex-presidente na embaixada da Hungria em Brasília, quando as investigações da Polícia Federal se intensificaram.
O gesto gerou crise diplomática entre os dois países e foi interpretado por autoridades brasileiras como uma tentativa de obstrução da Justiça.
Orbán é um dos principais expoentes do populismo autoritário na Europa e é frequentemente criticado por organizações internacionais por violações à liberdade de imprensa, ataques ao judiciário e perseguição a opositores políticos.