De olho na recondução, Aras se autoelogia e compartilha carinho de Jaques Wagner

Atualizado em 11 de julho de 2023 às 8:02
Procurador Geral da República, Augusto Aras. (Foto: Reprodução)

Em busca de uma recondução ao comando da Procuradoria-Geral da República, Augusto Aras voltou a fazer acenos ao governo Lula (PT) e se autoelogiou enfatizando seu trabalho para “enfrentar e desestruturar as bases do lavajatismo”.

“Resta saber se todos eles (membros da lista tríplice) terão a disposição que o procurador-geral demonstrou nesses 4 anos, para enfrentar e desestruturar as bases do lavajatismo enquanto recebia ao revés uma chuva de projéteis traçantes iluminados por um jornalismo alimentado pelo denuncismo atroz e acrítico”, escreveu o PGR no Twitter.

O mandato de Aras vai até setembro deste ano e Lula será o responsável pela indicação de seu substituto. O petista, porém, já sinalizou que não deve seguir a lista tríplice construída pela Associação Nacional dos Procuradores da República. Os escolhidos da associação são Luiza Frischeisein, Mário Bonsaglia e Luiz Adonis.

Na segunda (10), o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), elogiou o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, e afirmou que a escolha do sucessor dele não precisa obedecer às indicações da lista tríplice. Ele disse que Aras prestou um “serviço importante para o Brasil” e que “não tem lista para a PGR, a decisão é do presidente Lula”.

A declaração foi dada em entrevista à GloboNews, quando Wagner foi questionado sobre a possibilidade de apoiar a recondução de Aras ao cargo. O PGR compartilhou as declarações de Wagner no Twitter.

“Sou obrigado a dizer aqui que, reconheço o trabalho que o atual procurador-geral da República fez ao bem da volta à normalidade depois de um período bastante complicado e duro de uso do ativismo judicial para caçar pessoas e reputações. Na minha opinião, é inegável essa contribuição que ele deu”, disse o senador na entrevista.

“Reconheço que ele prestou um serviço importante para o Brasil, para o poder Judiciário. Agora, não tem lista para procurador-geral. É uma escolha praticamente pessoal do presidente. Então não se trata de apoiar ou não. Mas deixar de reconhecer que ele contribuiu para a normalização, eu acho que era querer tapar o Sol com a peneira”.

 

Em março deste ano, no julgamento de uma ação declaratória de inconstitucionalidade sobre a Lei das Estatais, Aras sinalizou aproximação com os interesses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na ocasião, o procurador mudou de posição sobre o tema, alinhando-se ao entendimento da Advocacia-Geral da União (AGU) de que os trechos da lei questionados no Supremo são um “óbice à participação de cidadãos na vida político-partidária” e, por isso, devem ser declarados inconstitucionais, permitindo a membros de partido assumir cargos de direção em empresas públicas.

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