De olho no bolsonarismo raiz, Tarcísio se aproxima do agro e ataca os sem-terra

Atualizado em 3 de dezembro de 2023 às 10:10
Tarcísio. Foto: Reprodução

Governador de São Paulo há quase um ano, Tarcísio de Freitas (Republicanos) estreitou laços com o setor agro nos últimos meses. Recentemente, o político afirmou em um evento que iria lançar o maior pacote de incentivos para o segmento e também reforçou que não haveria mais invasões de terra em São Paulo. Tal estratégia é pensada pelo político para se aproximar ainda mais da base bolsonarista raiz após o próprio ex-presidente Bolsonaro já ter lhe criticado publicamente.

Neste contexto, o governo lançou o programa Rotas Rurais, que incentiva o endereçamento das propriedades. Assim, com a informação atualizada, Tarcísio assegura que a polícia pode chegar mais rapidamente para atender ocorrências de invasão.

“No tal do fevereiro vermelho, tentaram invadir algumas propriedades, foram 19 tentativas, todas imediatamente debeladas. E aqueles criminosos que procuraram extorquir proprietários rurais, levar vantagem indevida, foram presos, foram para a cadeia. Esse é o tratamento que nós vamos dar a quem não respeita o direito de propriedade no nosso estado”, afirmou o político, em discurso.

Em sua fala, Tarcísio fez referência à prisão em março de José Rainha Júnior e Luciano de Lima, que lideram a FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade). Eles são suspeitos de extorquir fazendeiros. Por outro lado, a FNL diz que a prisão teve “cunho político”.

Governo de SP participa da abertura do 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio. Foto: Reprodução

Tarcísio apresentou projeto de Lei para defender agro

A administração também intensificou seu compromisso com outra iniciativa que entra em conflito com movimentos de sem-terra: o programa que oferece descontos de até 90% na aquisição de terras por fazendeiros.

A legislação favorece aqueles que ocupam terras de maneira irregular, abrangendo áreas consideradas devolutas (espaços públicos que nunca receberam uma destinação específica por parte do poder público e nunca foram propriedade privada).

Tarcísio apresentou à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) um projeto de lei que prorroga o prazo, passando de janeiro de 2024 para o final de 2026, para que os fazendeiros possam participar de acordos para a compra de terras com descontos. A meta é ampliar o número de beneficiados pela lei.

A legalidade está sendo contestada pelo PT no STF (Supremo Tribunal Federal), argumentando que está sendo cedido a preços reduzidos terras que deveriam ser destinadas à reforma agrária.

No entanto, Tarcísio tem se empenhado pessoalmente e utilizado seu capital político para abordar ministros em defesa da legislação. Após suas conversas com membros da corte, o julgamento do assunto foi adiado.

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