De olho no retorno ao país, X obedece ordem de Moraes e se mantém fora do ar

Atualizado em 19 de setembro de 2024 às 21:08
X volta a ficar indisponível no Brasil. Foto: Divulgação

A rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, voltou a ficar indisponível no Brasil nesta quinta-feira (19). A interrupção ocorreu após a Justiça determinar que a plataforma deixasse de usar um serviço de cibersegurança que permitiu o drible à sua suspensão no país.

A Associação Brasileira de Provedores de Internet (Abrint) divulgou a informação, explicando que, “pouco antes das 16h, o próprio X parou de utilizar o serviço da Cloudflare”, o que resultou no bloqueio da rede social. O conselheiro da Abrint, Basílio Rodriguez Perez, afirmou à AFP que o site ficou inacessível em razão dessa ação.

A rede social havia voltado ao ar na quarta-feira (18), após ficar fora desde o dia 30 de agosto, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou sua suspensão. O retorno, no entanto, foi parcial e considerado involuntário, de acordo com comunicado da própria plataforma.

A equipe do X informou que a restauração foi acidental, pois, ao ser desligado no Brasil, a infraestrutura da empresa para a América Latina ficou inacessível.

“Mudamos de operadora de rede para continuar oferecendo serviço aos usuários, o que resultou na restauração inadvertida e temporária da plataforma no Brasil”, dizia o comunicado. O texto também afirmava que a plataforma ficaria inacessível novamente, enquanto a empresa busca negociar com o governo brasileiro o retorno definitivo.

Alexandre de Moraes e Elon Musk

A plataforma está suspensa desde 30 de agosto por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, após a empresa não indicar um representante legal no Brasil. Moraes determinou uma multa diária de R$ 5 milhões à X e à Starlink, outra empresa do grupo de Elon Musk, por burlar o bloqueio imposto pela Anatel.

Advogados que se apresentaram como representantes da empresa ao tribunal foram solicitados a comprovar, em até 24 horas, que a plataforma realmente possui representação legal no país. Segundo a decisão de Moraes, não há evidências de que a X Brasil Internet LTDA tenha regularizado sua situação no Brasil.

A rede social X vinha sendo usada para promover ataques a delegados da Polícia Federal envolvidos em investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. A campanha incluiu difamações, ameaças e a exposição de dados pessoais. A PF identificou a movimentação e, com autorização de Moraes, foi deflagrada uma operação policial para investigar os envolvidos, incluindo o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

O X foi suspenso por se recusar a retirar do ar perfis que publicaram documentos sigilosos e imagens pessoais de delegados. A resistência da plataforma levou o STF a adotar medidas mais rígidas, culminando na suspensão do serviço no Brasil.

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