Pense numa carta constrangedora de um sabujo para o novo chefe.
Agora imagine-a escrita por um analfabeto funcional. Eis o que Jair Bolsonaro perpetrou.
Depois da demora para aceitar a vitória de Joe Biden sobre seu ídolo Trump nos EUA, Bolsonaro resolveu cumprimentar o novo presidente dos EUA hoje mesmo, dia da posse.
Mandou-lhe uma carta inacreditável, mesmo para seus padrões de delinquencia mental e moral.
Meio ambiente, ONU, espaços multilaterais, democracia. A mudança de tom é drástica e mais falsa que as unhas de Lady Gaga.
“Sou de longa data admirador dos Estados Unidos e, desde que assumi, passei a corrigir equívocos de governos brasileiros anteriores, que afastaram o Brasil dos EUA”, escreve.
Aproveita para avisar que está disposto a cuidar de um “desenvolvimento sustentável” e de proteger a Amazônia.
Ora.
Ele sabe que Biden vai lhe cobrar que tome medidas no sentido de interromper o ciclo de desmatamento brutal iniciado por Ricardo Salles.
Bolsonaro deixou o país de joelhos com a dependência de China e Índia para a vacina.
Com a “América”, segue na posição de sempre: de quatro. Apenas troca Trump pelo velho Joe.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 20, 2021