De uma vez por todas: sionismo não é nazismo. Por Edward Magro

Atualizado em 11 de outubro de 2023 às 19:47
Bandeiras de Israel. Foto: Reprodução

Não vale a pena discorrer sobre “antissionismo não é antissemitismo”; já há amplo material mostrando a obscena tentativa de manipulação por parte dos sionistas em misturar ambos termos no mesmo balaio, forçando a barra, querendo fazer parecer que ser antissionista é ser antissemita. Claramente não é.

Cair nesta lorota é o mesmo que acreditar que todo judeu brasileiro é racista só porque na sede da Associação Israelita Brasileira o racista Bolsonaro foi efusivamente aplaudido quando disse que negros podem ser pesados às arrobas. Por óbvio, não necessariamente a claque racista era composta majoritariamente por judeus, outros públicos faziam parte da plateia.

Como em todas as comunidades, obviamente existem judeus racistas, como os há na comunidade brasileira, estadunidense, italiana, alemã etc; porções da comunidade não representam o todo e, portanto, nem todo judeu é racista, assim como nem todo brasileiro, estadunidense, italiano, alemão sejam racistas.

Entretanto, nesses dias de genocídio do povo palestino perpetrado pelo estado terrorista de Israel, não é mais possível continuar a aceitar o discurso majoritário na mídia invertendo as posições, manipulando a informação, invertendo papéis, reafirmando a balela de que o deus bíblico destinou uma Israel, com fronteiras desconhecidas, a um povo escolhido por ele.

A verdade é que, apesar de parte importante do povo judeu não reconhecer esta milonga, ela enriquece empresas da fé pentecostal que lucram com turismo à “terra santa”, venda de pedra sagrada do solo israelita, águas do rio Jordão, maná do deserto, cavacos da cruz de Cristo, fiapos de sua coroa de espinhos e todo tipo de trapaça argentária.

Não há mais como fugir da comparação entre nazismo e sionismo, por mais anacrônica que seja, em termos históricos. Se são muitas as diferenças entre ambos os movimentos, afinal a história só se repete como farsa ou tragédia, maiores são as semelhanças.

Nada mais semelhante ao lebensraum, doutrina de expansão territorial nazista de criação de um “espaço vital”, que o expansionismo israelense através dos “assentamentos avançados”, desde a constituição do seu território, mas principalmente a partir de 1967.

A diferença fundamental é que o expansionismo nazista se deu em período de guerra, de país contra país, de exército contra exército, ao passo que o expansionismo israelense se deu por sufocamento imposto por um Estado terrorista, super armado, contra populações civis, em sua maioria campesina, com atos de crueldade extrema incluindo concretagem dos pouquíssimos poços de água numa região de aridez extrema.

A construção de uma “solução final” para o povo palestino com o intuito de ocupar definitivamente a Faixa de Gaza não pode mais ser colocada em dúvida.

A história nos mostra que os campos de extermínio, onde nossos irmãos judeus foram sacrificados, só começaram a ser revelados ao mundo quando o Exército Vermelho chegou, em 24 de julho de 1944, a Majdanek (nos subúrbios de Lublin, Polônia); a chamada “solução final” foi revelada ao mundo quando o mesmo Exército Vermelho liberta Auschwitz-Birkenau (também na Polônia), em 27 de janeiro de 1945 e descobre cerca de 70.000 prisioneiros, incapazes de andar e seguir seus companheiros nas “Marchas da Morte”, dissolução progressiva do complexo a partir do verão de 1944, com a evacuação de mais de 60.000 detidos, a imensa maioria judia.

Já na Palestina, praticamente circunscrita à Faixa de Gaza, a situação é mais grave; a “solução final” do povo palestino foi sendo construída aos olhos do mundo, divulgada pelas câmeras de TV; primeiro o Estado israelense cercou por mar, o minúsculo pedaço de terra que restou do território palestino e, em seguida, construiu uma muralha de concreto confinando o povo a um minúsculo espaço de vida. Com a decretação, ontem, do corte do abastecimento de água, víveres alimentícios, de medicamentos e equipamentos de saúde, e a ampliação do bombardeio aéreo, a solução final foi implementada.

Palestinos caminham entre destroços de prédios após ataques de Israel em Gaza. Reprodução CNN

Desta vez o mundo não terá como se dizer “surpreso”. Aceitar a solução final imposta pelo Estado terrorista de Israel, com total, amplo e irrestrito apoio dos Estados Unidos, será a capitulação final da civilização diante da maior barbárie, em termos de brutalidade, já vista na História.

Sim, a maior brutalidade já vista na história; sabemos que no holocausto judeu morreram milhões e no caso do holocausto do povo palestino o genocídio conta-se em menos mortes, como se número de mortos fosse a estatística definidora do bem e do mal. Não tenham dúvida que se dentro do espaço ao que foi confinado o povo palestino houvesse 1 bilhão de seres humanos, todos eles seriam exterminados pelo Estado terrorista de Israel; o que se tem de concreto é uma “falta de oportunidade” pros sanguinários israelenses.

Não sou historiador, não vejo o mundo mirando o passado, estou tentando olhar o agora como se fosse um cidadão comum em, 1939, vendo Hitler e seu nazismo ascendendo ao poder na Alemanha.
Tudo está claro e cristalino aos olhos de quem quer ver; só há escuridão aos que são manipulados e aos que, deliberadamente, não querem ver.

Para o atlanticismo reinante na mídia o sionismo não é o nazismo, mas pesquisa recente mostrou que para os palestinos o sionismo é muito pior que o nazismo; bem cabe uma paráfrase ao dito do ministro Barroso: “o sionismo uma coisa horrível, uma mistura de extremismo fascista com terrorismo e muitas pitadas de crueldade”.

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